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Ao contrário do que você possa imaginar, a luz solar não se “apagaria” imediatamente, já que ela leva pouco mais de oito minutos para viajar até nós — portanto, esse seria o tempo que a nossa estrela permaneceria visível no céu depois de desaparecer.

Além disso, o Sol concentra 99,8% da massa do Sistema Solar e, por conta disso, ele é a força gravitacional dominante que mantém todos os planetas “presos” em suas órbitas elípticas ao redor dele.

Então, se o Sol sumisse de repente, tanto a Terra como a Lua e os demais planetas sairiam “voando” pelo espaço, e as coisas se tornariam bem caóticas aqui na nossa vizinhança. Mas retomaremos esse assunto logo mais.

A Terra não cairia na mais completa e impenetrável escuridão logo de cara. As cidades permaneceriam iluminadas — pelo menos enquanto houvesse eletricidade —, as estrelas continuariam brilhando no céu, e os planetas que faziam parte do Sistema Solar ficariam visíveis por um curto período de tempo.

Júpiter, por exemplo, se encontra a cerca de 33 minutos-luz de distância — o que significa que o gigante gasoso permaneceria visível por mais de uma hora aqui da Terra, ou seja, pelo tempo que a luz residual da nossa estrela levaria para chegar até o planeta e voltar até nós.

Mas, voltando ao nosso planeta, depois dos oito minutos de luz, uma coisa certamente deixaria de acontecer aqui na Terra: a fotossíntese. Como você sabe, esse é o processo através do qual as plantas usam os raios solares para produzir alimento, e a maioria das espécies de menor porte começaria a morrer poucos dias após o desaparecimento do Sol. E, com elas, os demais seres vivos.

Além disso, com a falta de luz também viria a falta de calor, e a temperatura da superfície do planeta despencaria para zero grau depois da primeira semana sem Sol — e para – 100 °C após o primeiro ano de seu sumiço.

Com o tempo, os oceanos também congelariam e o nosso mundo se transformaria em uma esfera de gelo.

Mas, apenas a superfície congelaria — e ainda existiria água em sua forma líquida sob a camada de gelo —, já que o núcleo do nosso planeta ainda seria capaz de produzir calor. Isso significa que as únicas criaturas que sobreviveriam seriam aquelas capazes de viver próximo a fontes geotermais localizadas no leito oceânico.

Voltando ao assunto de os planetas não terem mais a força gravitacional do Sol para permanecer ancorados em suas órbitas — e serem lançados ao espaço —, conforme explicamos em uma matéria anterior aqui do Mega Curioso, a Terra está viajando a mais de 107 mil quilômetros por hora ao redor do Sol. Se ele desaparecesse, nós seríamos lançados ao cosmos a essa velocidade em linha reta na direção oposta à qual a estrela se encontrava.

Tipo quando amarramos uma pedra em um barbante, rodopiamos com força e soltamos a cordinha. Pode até ser que alguns dos planetas que formavam o Sistema Solar comecem a interagir entre si gravitacionalmente, mas a tendência é que eles saiam em disparada pelo Universo.

E, considerando que a Terra não colida com nenhum planeta, cometa, satélite, asteroide — ou tenha o azar de cruzar o caminho com um buraco negro — etc., e siga pela direção certa, nós levaríamos cerca de 377 mil horas (ou 43 mil anos) para percorrer os 4,3 anos-luz que nos separam de Alpha Centauri, a estrela mais próxima.

Mas, digamos que a Terra vai para outra direção... nosso planeta levaria por volta de um bilhão de anos para percorrer a Via Láctea inteira — ou 100 mil anos-luz — e, quem garante que nesse tempo todo nós não seríamos adotados por alguma das bilhões de estrelas  que existem na galáxia?