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Vídeos de testes nucleares feitos pelos EUA acabam de se tornar públicos

Nas décadas de 40 e 60, os Estados Unidos realizaram centenas de testes nucleares, e imagens de alguns desses experimentos são bem conhecidas e circulam pela internet há tempos. No entanto, a maioria dos filmes capturados durante os ensaios ainda permanecem sob a vigilante custódia do governo norte-americano — e mantidos bem longe dos olhos do público.

O problema é que os experimentos foram capturados em filme mesmo, e esse material, como você deve saber, está sujeito a sofrer deterioração ao longo do tempo. Assim, por conta da classificação “Top Secret” dos ensaios, cerca de 10 mil bobinas de películas que foram trancafiadas em cofres de alta segurança espalhados pelos EUA começaram literalmente a apodrecer.

Recuperando o passado

Por sorte, o governo norte-americano decidiu tornar parte do material público e, de acordo com David Szondy, do portal New Atlas, há cinco anos, o pessoal do Laboratório Nacional de Lawrence Livermore começou a trabalhar contra o tempo para digitalizar, analisar e preservar as filmagens de 210 testes nucleares conduzidos entre os anos de 1945 e 1962 — gravados a 2,4 mil quadros por segundo.

 

 

Segundo David, como nenhum teste nuclear — sobre a superfície — foi conduzido nos EUA nos últimos 55 anos, e nenhum ensaio nuclear de qualquer natureza foi realizado no país desde 1991, os filmes das explosões dessas primeiras de bombas de fissão e fusão nuclear são de vital importância.

 

 

Isso porque as informações contidas nas películas, além de terem incontestável valor histórico, são de enorme importância para pesquisas na área e servem para que cientistas e engenheiros possam manter e modernizar o arsenal nuclear norte-americano. Ademais, o trabalho da equipe do laboratório não se limita exclusivamente a digitalizar as imagens dos filmes, mas também reunir documentos e analisar os dados coletados durante os testes nucleares.

 

 

Aliás, quando os primeiros registros foram avaliados, os especialistas perceberam que boa parte dos estudos publicados na época em que os ensaios foram conduzidos tinham informações erradas. Segundo o pessoal do laboratório, o motivo disso é que, então, a análise dos experimentos era feita manualmente, sem a ajuda de equipamentos sofisticados ou scanners, o que significa que os cientistas tinham que estudar e tirar suas conclusões a partir de milhares e milhares de fotogramas — o que podia facilmente levar a equívocos.

 

 

Além disso, mesmo com um grande time de analista, a leitura dos filmes demorava vários dias. Com a tecnologia disponível hoje em dia, a equipe do laboratório é capaz de fazer o mesmo trabalho em minutos — tanto que, de 10 mil bobinas de filme, 6,5 mil já foram recuperadas, e algo em torno de 400-500 analisadas por especialistas.

 

Fonte: New Atlas