Polícia
Revogada prisão de militar acusado de efetuar atirar em previa carnavalesca
Uma das vítimas, Paulo Rodrigues, disse que não consegue tomar um copo de água sem a ajuda dos outros. Ele levou quatro tiros e hoje está em uma cadeira de rodas
Depoimento comovente da vítima, prisão de testemunha, condução coercitiva e até pedido de revogação da prisão do acusado marcaram a audiência de instrução e julgamento do ex-cabo do Exército Wanderson Lima Fonsêca, acusado de atirar em três pessoas em janeiro desse ano, durante a prévia carnalesca Banda Bandida, no centro de Teresina. A audiência aconteceu nesta quinta-feira (19), no Fórum Criminal.
Na ocasião, o advogado de defesa de Marcos Vinícius Brito, entrou com um pedido de revogação da prisão preventiva de Wanderson, que está preso na penitenciára Irmão Guido. "O meu cliente não representa nenhuma ameaça à testemunha, portanto não tem porque mantê-lo preso por mais tempo do que já está", afirmou o advogado, que durante a audiência argumento que o ex-cabo do Exército usou de violência emocional "após ter sido provocado, injustamente, por Paulo Roberto Rodrigues".
O acusado, o ex-cabo do Exército Brasileiro, Wanderson Lima Fonsêca,também foi interrogado pela juíza da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri, Maria Zilnar Coutinho Leal. Ele manteve o mesmo argumento apresentado pela defesa e de quando se apresentou no 1º Distrito Policial, no dia 16 de janeiro, depois de três dias do crime. Ele disse para juíza que aconteceu uma briga e que foi provocado pela vítima.
Um dos depoimentos mais comoventes da audiência foi o dessa vítima, que foi a mais prejudicada durante o tiroteio, Paulo Roberto Rodrigues, de 35 anos, que foi atingido com quatro tiros, na coxa e no tórax, durante a prévia. Ele disse que teve que passar por quatro cirurgias e agora está em uma cadeira de rodas. "Hoje eu não consigo fazer nada sem a ajuda dos outros, dependo de alguém até para tomar um copo de água", lamentou Paulo Rodrigues.
Além de Paulo Rodrigues, Jardel de Oliveira, de 25 anos, também foi atingido, mas se recuperou rápido.
Uma testemunha de acusação foi presa e a outra foi conduzida coercitivamente para prestar depoimento
Durante a audiência de instrução e julgamento, uma das testemunhas de acusação, Francisco Felipe, foi presa por ter mentido durante o depoimento, mas foi solto depois que sua advogada soliciou um novo depoimento. Ele disse que não era amigo de Wanderson e apresentou contradições no primeiro depoimento. Além desse fato inusitado, outra testemunha foi conduzida ao local da audiência pela polícia, mas depois foi liberada.
Toda a acusação foi feita pelo promotor de Justiça Maurício Verdejo, que pediu a condenação do ex-cabo do Exército por tentativa de homicídio.
Já foram ouvidas as oito testemunhas de acusação e, depois do depoimento do acusado, terá o depoimento das cinco testemunhas de defesa de Wanderson. Até o final desta edição, às 18h30, não tinha encerrado a audiência.
Fonte: Teresina Diário