Cultura

Quadrilhas agitam a Vila Junina:Tradição, simpatia, fogueira e MUITO arrasta pé

 Uma tradição em todo Nordeste brasileiro, a quadrilha junina mistura teatro e dança para mostrar aspectos da cultura popular. Neste sábado (20), terceiro dia de Vila Junina, o 21º Festival Clube de Quadrilhas atraiu um grande público que lotou as arquibancadas do Theresina Hall, na Zona Leste da capital. O público se encantou com as marcações, os casamentos, fogueiras e demais comandos que compõe a coreografia das quadrilhas juninas.

Foto: Fernando Brito
 
Viola Caipira
A primeira quadrilha da noite a se apresentar para uma arena lotada de gente foi a Viola Caipira, de Teresina. O grupo trouxe como tema “Simpatias de São João: com simpatias vou mostrar; com meu amor vou encontrar”. Passados de geração em geração, as crenças populares da simpatia ainda despertam o interesse de milhares de pessoas, que realizam pequenos rituais para diversas coisas: encontrar o grande amor, evitar mau olhado ou pedir saúde.
“Este ano viemos com uma coisa nova, pois é um homem quem está fazendo a simpatia para conseguir uma noiva. Durante a apresentação contamos como ele fez a simpatia do balde d’água. Com muito alegria, mostramos que ele usa uma bacia com água, reza 10 Ave Marias e espera até o rosto da amada aparecer”, disse Marcos Violeiro, coordenador da quadrilha que tem quatro anos de existência e foi finalista do Festival Clube em 2012.
 
Coqueiro Verde
Com 34 anos de história, a quadrilha Coqueiro Verde, de Campo Maior, levou para o Theresina Hall o tema “Êxodo Rural”. O grupo, que tem 60 componentes, ensaiou durante quatro meses para contar a história de um homem que deixa o sertão do Piauí em busca de melhores condições para poder se casar com seu grande amor.
“Deixar sua família em busca de um emprego melhor é uma história comum. Nosso personagem foi para São Paulo para poder casar com sua noiva, mas não teve sucesso lá e voltou. Apesar disso, ele conseguiu viver, ser feliz e casar vivendo na sua terra. Ensaiamos muito e estamos muitos felizes de estarmos aqui na Vila Junina”, disse o coordenador da quadrilha, Anderson Luis.
Asa Branca do Agreste
Por volta das 21h50 entrou na arena uma quadrilha que tem um rol de troféus no Festival Clube. A Asa Branca do Agreste, também da capital, é quatro vezes campeão, seis vezes vice-campeã e ainda tem três terceiros lugar. De olho em mais uma vitória, o grupo trouxe o tema “Da Grécia ao Sertão, Asa Branca é estação São João”.
 
 
“Contamos a história das estações de acordo com a mitologia grega. Também abordamos o amor dos tios pelos sobrinhos. Temos 60 dançarinos e ensaiamos desde novembro do ano passado. A gente sempre entra pensando no melhor, queremos a final e o título. Temos um bom grupo e o público sempre fica encantado”, afirmou Luis Gondilho, coordenador da quadrilha que tem 18 anos existência.

 

Fonte: G1 PI