Cultura
Professores doutores só ganham 2,5% de gratificação no Piauí
Neste domingo, o Sindicato dos Professores e Auxiliares da Administração Escolar do Estado do Piauí (SINPRO-PI) realiza um seminário para discutir a situação dos profissionais que trabalham em faculdades no Piauí. A meta do seminário é discutir as relações de trabalhos entre professores e técnicos com as faculdades para apontar problemas a serem resolvidos na próxima convenção coletiva da categoria.
O presidente do SINPRO-PI, Kléber Ibiapina explica que o ensino superior está crescendo em ritmo acelerado. "Atualmente 75% das vagas no ensino superior estão no ensino privado. No Piauí são 81 faculdades e precisamos debater a realidade do ensino superior para analisar as relações de trabalho", destaca Ibiapina. Ele ressalta ainda que as fauldades particulares no Piauí atualmente não valorizam o tripé do ensino superior; o ensino, a pesquisa e a extensão.
"Na pesquisa e na extensão nada é feito. Muitas faculdades apenas promovem um evento, em que o professor passa um domingo em um determinado local com os alunos, considerando como extensão", disse Kléber Ibiapina. Mas, para ele os principais problemas são os da esfera trabalhista. "Nós temos um plano de cargos e salários que as faculdades particulares não executam, além de não valorizarem a qualificação dos professores. As faculdades pagam de gratificação a profissionais com título de doutor apenas 2,5% do salário", comenta o presidente do SINPRO-PI. Para profissionais com mestrado e especialização esta graficação é ainda menor: 2% e 1% respectivamente.
Kléber Ibiapina explica ainda que a maioria dos professores ganha apenas por hora aula. "Todo semestre há professores que tem a carga horária diminuida, mas sem a devida rescisão. Se o professor precisa se qualificar ele tem de deixar o emprego pedindo quebra de contrato", conta Ibiapina. Mas, a situação é mais difícil para os técnicos. "Os técnicos tem redução de salários e os que trabalham em laboratórios não recebem pela insalubridade com carga horária excessiva", relata.
O seminário sobre a realidade do trabalho no ensino superior no Piauí vai contar ainda com a participação da Coordenadora Geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Madalena Guasco. "O ensino superior é a galinha dos ovos de ouro. Em todo o Brasil foram 28 bilhões de lucro no ano passado", disse Kléber Ibiapina. Após o seminário a categoria espera poder negociar com sindicato patronal uma convenção coletiva com melhores condições de trabalho.
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Autor: Carlos Rocha
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Edição: Carlos Rocha
Fonte: O DIA/PI