Polícia
Juiz não autoriza exame para testar a sanidade mental do ex-capitão que matou Camilla Abreu
O juiz Carlos Hamilton Bezerra Lima, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, negou a realização de exame médico legal para aferir a sanidade mental do ex-capitão da Polícia Militar, Alisson Wattson da Silva Nascimento, réu confesso do assassinato da estudante de Direito Camilla Abreu, morta em outubro do ano passado.
Foi requerida "a instauração do incidente de insanidade mental" para verificar se à epoca do crime praticado pelo ex-capitão da PM contra a namorada ele se encontrava em razoável situação de sanidade ou insanidade mental.
A decisão foi publicada nesta segunda-feira (05/03). De acordo com o juiz Carlos Hamilton, o fato do acusado fazer tratamento psiquiátrico e tomar medicamentos controlados, por si, "não significa dúvida ao tempo da ação o mesmo se afigurava destituído da capacidade de compreender o caráter ilícito do crime e de determinar-se de acordo com esse entendimento", diz o magistrado.
Entenda o caso
A estudante de Direito Camilla Abreu, 21 anos, foi assassinada na madrugada do dia 25 de outubro do ano passado. Seis dias depois, o corpo da jovem foi encontrado, durante as investigações da equipe da Delegacia de Homicídios, que foi levada até o local pelo próprio autor do crime, o ex-capitão da Polícia Militar Allisson Wattson.
Allisson Wattson era namorado da vítima e já possuía um histórico de ser agressivo em seu relacionamento com a moça. Ele confessou à polícia que atirou na estudante quando estavam em seu veículo. O crime ocorreu próximo ao povoado Mucuim, estrada que liga Teresina a Altos.
O acusado alega em seu depoimento que depois de uma discussão com Camilla, a moça teria pegado sua arma e que, para se defender, a arma teria disparado acidentalmente no rosto da moça.
De acordo com o delegado Baretta, o suspeito confessou detalhes do crime e tenta desqualificar suas ações, alegando que Camilla teria o provocado. “Ele tanta desqualificar suas ações, mas nada que ela fizesse ou dissesse justificaria. Ele disse que teve uma discussão. São coisas que ele fala na versão dele, mas que a polícia não acredita, até por que as provas dizem o contrário. Em nenhum momento ele se mostrou arrependido” afirma o delegado.
Allisson Watsson responderá pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Pena essa que não deve ser mínima a 15 anos de prisão.
Expulsão
O acusado de matar a jovem Camilla Abreu, Allison Wattson do Nascimento, foi expulso da patente de capitão da Polícia Militar do Piauí. De acordo com uma nota da PM, uma comissão da instituição decidiu, por unanimidade, pela demissão de Allisson da corporação.
"A decisão tomou como base toda a investigação, além da conduta dele como policial que não condiz com a da corporação", afirma o comandante geral, coronel Carlos Augusto.
Wattson foi preso no dia 31 de outubro do ano passado. Ele atirou contra a estudante e ocultou o cadáver em um matagal no Povoado Mucuim, na zona rural de Teresina. Ele tentou ainda se desfazer do celular da vítima.
Segundo uma fonte da Polícia Militar, a demora da saída do oficial deveu-se ao recesso de fim de ano. O capitão entrou na PM no ano de 2010 através de ordem judicial, pois, não passou no exame psicotécnico obrigatório para fazer parte da corporação.
Fonte: Portal AZ