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Filme Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível
É da infância que mais sinto falta. Dos brinquedos bootleg dos Power Rangers, Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco que meus pais me davam de presente em ocasiões especiais, acordava junto a um dos vários modelos do Max Steel a meu lado , de todos os universos criados ao lado dos meus amigos de plástico e até dos imaginários, que nunca ganharam forma. Tenho saudade de perseguir o Papai Noel na noite de Natal e sempre deixar o Bom Velhinho escapar bem na "hora H". De toda aquela despreocupação e compromisso apenas com o fazer nada e, ainda assim, saborear cada segundo.
A gente cresce, ganha responsabilidades, cria laços desta vez com pessoas reais , e o corre corre da rotina acaba ofuscando a inocência e diversão daquele período tão crucial de nossas vidas, ocupando todo nosso tempo com trabalho. Seja com algum livro, série ou filme, vez ou outra somos transportados à nossa velha infância e revisitamos bons amigos, boas lembranças. Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível, novo filme da Disney dirigido por Marc Forster (Guerra Mundial Z), nada mais é do que um destes resgates dessa época e um lembrete para aquilo que realmente importa.
Christopher Robin (Ewan McGregor) seguiu o protocolo de crescimento, abandonou as idas e vindas ao Bosque dos Cem Acres e deu adeus a Tigrão, Leitão, Ió (antes chamado de Bisonho), Kanga, Guru, Abel, Corujão e ao favorito Ursinho Pooh. Aqui, ele é apresentado como um homem adulto, casado e com uma pequena filha. Ambientado em uma Londres cinzenta e chuvosa que se recupera da Segunda Guerra Mundial (a qual Robin serviu), acompanhamos mais um clichê hoje, já batido do nosso protagonista "pai de família".
Para manter o lar e dar uma boa condição de vida aos seus, Christopher deve estar focado em apresentar soluções para os iminentes cortes na empresa a seu preguiçoso chefe Giles (Mark Gatiss). Por consequência, sua encantadora esposa Evelyn (Hayley Atwell) e sua pequena filha Madeline (Bronte Carmichael) ficam em segundo plano. Já dizia O Iluminado, “muito trabalho e pouca diversão faz de Christopher Robin um cara bobão”. Ou algo assim.
Depois de se perder de sua turma, Pooh sai do bosque e vai de encontro a Robin na cidade, anos depois de todas aquelas aventuras juntos. Mesmo com algumas rugas a mais, o adorável ursinho de suéter vermelho reconhece Robin e pede sua ajuda para encontrar o caminho de volta. No entanto, é Pooh quem de fato irá ajudar Robin a reencontrar o lado divertido e simples da vida.
Por mais que pareça estranho misturar animais quase que de pelúcia e falantes com atores reais, as cenas são convincentes o bastante para relevarmos a situação. É no diálogo entre os personagens que está a melhor parte do longa: pontuais e bem pensados, criam uma reflexão interna sobre o que deixamos de ser e no mal-estar que podemos causar às pessoas ao nosso redor que nos querem bem.
Trabalho pode ser importante, afinal, é com ele que pagamos boletos e passamos a maior parte da nossa semana, mas não pode ser o principal. Apesar das conquistas profissionais serem mais que bem-vindas, provavelmente não serão elas que vão fazer com que você se sinta completo. Assim que possível, siga em frente, olhe para o lado, revisite as partes boas e despreocupadas do passado e tenha reencontros inesquecíveis. Tanto para quem leu as histórias de Alan Alexander Milne, assistiu aos desenhos clássicos da Disney ou simplesmente foi criança algum dia, o filme irá despertar essa sensação nostálgica da melhor parte do que fomos um dia e, por sorte, ainda levaremos conosco por muito tempo.
Fonte: IGN Brasil