Meio Ambiente

Disputa por abastecimento de água quase termina em tragédia em Teresina


Moradores do Residencial Pedro Balzi reclamam da falta de água (Foto: Catarina Costa/G1 PI)

 

Uma disputa pelo abastecimento de água por pouco não terminou em tragédia na Zona Sudeste de Teresina. Moradores do Residencial Padre Pedro Balzi denunciam que estão sendo prejudicados no abastecimento de água depois que habitantes de um terreno ao lado do residencial começaram a fazer ligações clandestinas na rede.

O vigilante Francisco das Chagas denuncia que foi espancando com golpes de facão e socos quando tentava ligar o registro da caixa d'água na noite de quinta-feira (26). A vítima conta que estava há mais de 20 dias sem água e ao tentar abrir o registro foi surpreendido por alguns moradores da invasão.

"Eu e minha esposa fomos ameaçados de morte por tentar ajudar os moradores do conjunto. Esta agressão era desnecessária, já que estamos muito tempo sem água e tentamos negociar com os invasores por diversas vezes”, afirmou.

A vítima não registrou um boletim de ocorrência, mas ressaltou que pretende fazê-lo. Na manhã desta sexta-feira (27), técnicos e representantes da Agespisa foram conversar com moradores do conjunto e prometeram restabelecer o abastecimento ainda hoje.

Segundo o gerente do órgão na região Sudeste, Eliseu Macedo, o sistema implantado no Residencial Pedro Balzi atendia as famílias do conjunto, no entanto, depois da ocupação, eles passaram a dividir água com os invasores.

"Em negociação com os moradores dos dois locais ficou decidido que à noite a água da caixa atenderia aos moradores do residencial e pela manhã os invasores. No entanto, nas últimas semanas, alguns invasores fizeram uma gambiara (ligação clandestina) no transformador, que em seguida queimou e o poço ficou sem funcionar”, disse o gerente.

Eliseu Macedo afirmou ainda que o problema será resolvido ainda nesta sexta-feira.

“Hoje vamos corrigir o problema e ao mesmo tempo a partir de terça-feira vamos perfurar mais um poço que possa atender somente o conjunto. Este serviço deve durar 30 dias”, esclareceu.


Raimunda Maria da Costa reside no conjunto e tem duas filhas, uma de 1 ano e a outra de 4 anos. A dona de casa reclama da situação e diz que seu marido antes de sair de precisa pegar dois baldes com água na entrada do conjunto.

"Eu passo o dia inteiro com esta quantidade de água. E tenho que economizar para conseguir fazer as tarefas de casa, pois somente quando ele (marido) chegar à noite é que vai pegar mais água", reclamou.

Norma Maria da Silva, também moradora do residencial, relatou que já acionou a Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) e a Agespisa para tentar resolver o problema por diversas vezes.

"Já que eles não vão retirar os invasores que pelo menos resolva a nossa situação. O que não podemos é continuar sem água e eu tendo que carregar baldes na cabeça. Temos fé que isso tudo será resolvido”, falou.



Vigia conta ter sido espancado por facão pelos
invasores (Foto: Catarina Costa/G1 PI)


Raimunda Maria precisa percorrer dois quilômetros para buscar água (Foto: Catarina Costa/G1 PI)

 

Fonte: G1