Polícia
Criança passou a noite ensanguentada ao lado da mãe morta, diz delegada
Uma criança de apenas dois anos de idade presenciou o assassinato da própria mãe, Laysse Carvalho, ocorrido na última sexta-feira (20), no município de Nazária, a 32 km de Teresina. A titular do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Luana Alves, informou à imprensa que a criança presenciou "cenas de terror" e está traumatizada com o ocorrido.
Segundo a delegada, a criança viu a própria mãe ser morta degolada e passou a noite ao lado do corpo, completamente ensaguentada. "De acordo com as testemunhas, ela presenciou tudo, ela ainda relata uma briga, ela fala: 'briga, mãe, homem na cama', está extremamente traumatizada", explica a delegada.
De acordo com informações preliminares, Laysse era empregada doméstica e seu corpo foi encontrado apenas na manhã seguinte ao crime, após a patroa informar à família da vítima que ela não havia comparecido ao trabalho.
A criança é a única testemunha ocular do crime, até o momento, e, apesar da pouca idade, deverá ser ouvida por uma psicóloga, para relatar o que presenciou.
Investigação
Um homem identificado como Thalisson Francisco Araújo é apontado como um dos principais suspeitos de terem cometido o crime, já que foi encontrado horas depois com o celular da vítima.
"Ele nega ser o autor do crime, disse que comprou o celular, mas familiares afirmam que ele não andava com dinheiro e tinha o costume de cometer roubos e furtos na região, então dificilmente ele vá ter R$ 350 para comprar um celular da noite pro dia", afirma a delegada, acrescentando que depoimentos de testemunhas colocam o suspeito nas proximidades da cena do crime no dia do ocorrido.
Thalisson Francisco passou por audiência de custódia no último sábado e está sendo monitorado via tornozeleira eletrônica. A Polícia afirma que o suspeito tem possíveis marcas de defesa da vítima, mas em depoimento, alegou que os ferimentos foram adquiridos após uma briga com a mãe.
"Ele é um rapaz extremamente frio, audacioso. Ele desafia a policia, está muito tranquilo e se diz inocente. O que ele fala, a gente escuta, consta no depoimento, mas também verificamos e existem outros elementos que estão auxiliando as investigações", revelou a delegada.
As diligências da Polícia Civil continuam no sentido de ouvir testemunhas e colher provas do crime. O material biológico colhido no corpo da vítima também foi colhido pela perícia e deverá passar por exame pericial. O laudo cadavérico realizado no corpo não apontou indícios de violência sexual.
Fonte: Portal O Dia