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CREA chama de "infame episódio de misoginia" vídeo de piauiense na Copa

O Conselho Regional de Arquitetura e Agronomia emitiu nota repudiando a atitude do empresário Luciano Gil Mendes. Crea abriu procedimento administrativo.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (CREA-PI), juntamente com o Conselho Federal (Confea), classificou a atitude do empresário Luciano Gil Mendes Coelho, em vídeo na Copa da Rússia , como “infame episódio de misoginia e sexismo”. O Crea emitiu nota em que repudia e lamenta a conduta de Gil, que é engenheiro e já foi inspetor do Conselho no Estado.

O vídeo repercutiu nacional e internacionalmente. Nele, um grupo de brasileiros, dentre os quais o empresário e engenheiro piauiense, aparecem assediando sexualmente uma mulher na Rússia. Nas imagens, eles proferem palavras de cunho sexual para a torcedora, aproveitando que ela não compreende o português e não consegue entender real significado do que é dito.


O empresário Luciano Gil Mendes à direita

Em nota, o Crea ressaltou que as atitudes protagonizadas por Luciano Gil podem caracterizar infração ao código de ética profissional e informou que abriu um procedimento administrativo para analisar o caso e estudar possíveis punições. Vale lembrar que o empresário já havia sido alvo de investigações, tendo sido inclusive preso em uma operação da Polícia Federal contra fraudes em licitações na Prefeitura de Araripina-PE em maio de 2015.

Natural de Jaicós, Luciano Gil se manifestou sobre o episódio. Em conversa com a equipe de reportagem, ele pediu desculpas pelo ocorrido e disse que estava sob efeito de álcool: “Toda mulher tem um pedido de desculpas por minha parte. O álcool a mais aconteceu de cometer isso”, afirmou.

Além do empresário piauiense, também foram identificados no vídeo o ex-secretário de Turismo de Ipojuca-PE, Diego Valença Jatobá; e Eduardo Nunes, que é policial militar em Lages-SC.

Confira a nota do Crea-PI e do Confea na íntegra:

"O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) lamentam profundamente que um profissional com registro no Sistema Confea/Crea, tenha participado do infame episódio de misoginia e sexismo realizado por um grupo de brasileiros durante a Copa do Mundo 2018.

O exercício da engenharia abrange a promoção da segurança, da qualidade de vida, da sustentabilidade, da proteção aos valores mais caros da experiência profissional e não o protagonismo de cenas lamentáveis e vergonhosas que desrespeitam a mulher, estrangeiros ou qualquer pessoa.

Desde 2014 o Confea possui um grupo de trabalho Equidade de Gênero e o código de ética das profissões ressalta que a “a profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã”.

O Confea e o Crea-PI ressaltam que atitudes como as protagonizadas podem caracterizar infração ao código de ética profissional já que o mesmo ressalta que “constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem”.

Fonte: portal o dia