Meio Ambiente
Amazônia ultrapassa os 2 bilhões de árvores desmatadas, segundo IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (1º) um extenso relatório sobre o patrimônio ambiental da Amazônia Legal que revela, entre outros dados, que até 2002 a região havia sofrido a eliminação de 2,6 bilhões de árvores de sua vegetação original, o que corresponde a aproximadamente 13% do total de plantas com troncos com diâmetro maior que 33 centímetros.
Os dados mais recentes analisados no levantamento do instituto são de 2002. Essas árvores desmatadas correspondem a 4,7 bilhões de metros cúbicos de madeira, afirma o IBGE.
Mapa do IBGE mostra as áreas antropizadas (com interferência humana) na Amazônia Legal até 2002. As áreas brancas são as que ainda conservam sua condição natural. As vermelhas são de pecuária. As azuis escuras são de florestas secundárias, ou seja, regeneradas após desmatamento. (Foto: Reprodução)
Outra informação relevante levantada no trabalho é que a Amazônia, que representa 59% do território brasileiro, detém 45% da água potável subterrânea do país. As maiores áreas de aquíferos porosos (aqueles formados por rochas sedimentares, e onde normalmente está armazenada a água subeterrânea no Brasil) encontram-se no Amazonas (1,34 milhão de km²), em Mato Grosso (677 mil km²) e no Pará (513 mil km²).
Combustíveis fósseis
O IBGE destaca que, por ser formado predominantemente por rochas sedimentares, o subsolo da Amazônia Legal também tem potencial para exploração de combustíveis fósseis, o que já se confirma pelos campos de petróleo e gás de Urucu, no interior do Amazonas.
As rochas ígneas (formadas a partir do resfriamento do magma que formou a Terra), que compõem 15,1% da área da região, bem como as metamórficas (formadas a partir da tranformação dos dois tipos anteriores de rochas devido a mudanças de temperatura e pressão, por exemplo) que equivalem a 16,1% do subsolo amazônico são propícias para jazidas de minerais como ouro, cassiterita, ferro, zinco, chumbo e cobre.
Neste caso, segundo o IBGE, o Pará é o estado com maior incidência, já que detém 51,9% das rochas sedimentares e 37,3% das metamórficas da região amazônica.
Carbono
O trabalho aponta ainda que o solo da floresta abriga, até 1 metro de profundidade, 95,7 toneladas de carbono em média. A mudança no uso desse solo, como, por exemplo, para fins agropecuários, pode liberar o carbono para a atmosfera, contribuindo para as mudanças climáticas - mais um motivo que torna a floresta em pé importante para o meio ambiente.
O teor de carbono varia de acordo com a porção da Amazônia analisada. As áreas próximas das calhas dos rios apresentam um número menor, segundo mapa do IBGE.
Fonte: G1