Prof. Naldo
Francinaldo de Sousa Bezerra. Graduado em História pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em História do Brasil e professor da rede estadual de ensino no Piauí e Maranhão. Produtor de eventos, crítico político e cultural.
Trabalhadores da educação do Maranhão protestam em São Luís.
O terceiro dia de greve dos trabalhadores em educação agregou centenas de pessoas, em frente à Biblioteca Pública (Praça Deodoro), para em seguida saírem em caminhada até ao Palácio dos Leões, passando pela Rua do Sol, Praça João Lisboa e adjacências.
O ato mais uma vez teve o intuito de chamar a atenção de toda a classe trabalhadora e da sociedade de modo geral, quanto ás políticas aplicadas pelo governo na rede básica de ensino.
O movimento teve início às 8h30 e contou com a participação de educadores que denunciaram as condições de trabalho nas unidades escolares, quanto à qualidade do ensino no sistema educacional do Estado, envolvendo problemas de saúde adquiridos no decorrer de longo tempo de exposição em sala de aula e demais situações que põe em risco a vida do trabalhador.
Com discursos acalorados os integrantes enfatizaram a intransigência do governo para com a aprovação e aplicação do Estatuto do Educador e de mais 21 itens de reivindicações da categoria. Ao mesmo tempo, exigiram negociação direta com a governadora e não somente com representantes como vem ocorrendo.
Outro fato destacado durante a manifestação foi a não divulgação da greve pelos principais meios de comunicação do Estado. Segundo os dirigentes sindicais e a classe trabalhadora, é preciso buscar formas alternativas de se fazer ouvir, uma vez que as rádios, tv´s e jornais não o fazem concretamente.
‘“Fecharam as portas dos meios de comunicação”, bradou Júlio Guterres, secretário de comunicação do SINPROESEMMA e presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), referindo-se ao poder midiático do governo do Estado.
Guterres pediu aos educadores presentes que utilizem todos os meios possíveis, para propagar a greve. “Vamos utilizar as redes sociais, ouvir o programa de rádio do sindicato. O que não podemos é deixar de divulgar os fatos relativos ao movimento”, apelou, afirmando que a educação no Estado, está um caos e que é preciso continuar na luta.
Seguindo a linha de Guterres, o presidente do SINPROESEMMA, Júlio Pinheiro, convocou a unidade da categoria para juntos, derrotarem o autoritarismo do governo. “Estamos aqui para enfrentarmos o inimigo dos trabalhadores em educação. Não cabe nesse movimento a discórdia, mas a unidade” reforçou, ele.
Desrespeito
Pinheiro lembrou que o Estatuto do Educador há quase vinte anos, está sendo desrespeitado. “Isso não é admissível. Conclamamos aos homens de bem, aos parlamentares e aos demais segmentos que enfrentem essa luta conosco”, destacou, no momento e que, mais uma vez, os educadores ocupavam o pátio do Palácio dos Leões para denunciar as condições da educação e chamar a atenção do governo para a necessidade de negociação.
O dirigente sindical anunciou a força da greve. “Temos acompanhado o movimento nas variadas regionais e o que sabemos é que temos avançado, a adesão tem sido uma realidade. Portanto é necessário continuarmos firmes, para vencermos a luta”, falou convicto, ele.
Apoiaram com suas presenças o movimento nesta quinta-feira, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal), Joel Nascimento, representantes do Conlutas, do CTB e de movimentos estudantis do Estado.