Turismo
Xangai: socialista na teoria, capitalista na prática
Torre de TV a esquerda e Torre abridor de latas a direita (Fotos: Paulo Panayotis)
A primeira coisa que chamou e muito a atenção foi a limpeza das ruas. Na China? Sim, em Xangai, na China. Minha memória, quando estive em Pequim ou Beijing há cerca de oito anos, era de ruas sujas, especialmente fora do distrito financeiro. Em Hong Kong, há mais de dez anos, quando ainda pertencia ao Reino Unido, também havia ruas sujas.
Olha o passarinho!
A segunda coisa que atraiu a minha atenção foi a interatividade do povo. Seja no metrô, nos restaurantes, no meio da rua, sempre curiosos, os orgulhosos habitantes desta cidade me olham de cima a baixo. Sorriem, fazem pose e chegam perto para olhar o que fotografo. Brilham!
No moderno e limpíssimo metrô uma jovem estudante, grudada no celular, olha para o lado e encontra meus olhos. Sorrimos. Nem preciso pegar o meu celular e ela ingenuamente faz pose ao meu lado.
Modernidade e segurança
Outra coisa que me surpreende nesta cidade irmã de São Paulo é a sensação de segurança . Pelas ruas durante o dia ou à noite, ando com celular, câmera, passaporte, dinheiro, cartões de crédito. Nenhum medo. Nenhum receio. Na verdade, fora a curiosidade, ninguém “dá bola” para você. Cada um segue seu caminho.
O Big Brother é aqui!
No entanto, por todos os lados, discretamente, policiais fiscalizam tudo, todos. Trata-se, de fato, de um país cujo sistema político é socialista e o modelo é capitalista. Daí, os olhos do governo central estão por todos os lados. Sinto-me meio como um personagem de George Orwell, no clássico 1984, no qual o “ grande irmão” tudo vê, tudo ouve.
Sky line futurista, realidade hoje (Foto: Paulo Panayotis)
Andando nos céus…
Mais surpresas pelo meu caminho. Visito, em Xangai, alguns dos mais altos e “modernosos” prédios que já vi. A Pearl TV Tower, ou a Torre de TV de Pérola, considerada pelo Guinness Book o mais alto observatório do mundo durante muito tempo, tem majestosos 468 metros de altura. Inaugurada em 1994, foi rapidamente ultrapassada por espigões que não param de brotar na parte moderna da cidade. Mas continua sendo um dos principais cartões postais daqui. É uma espécie de Torre Eiffel chinesa. Vale o ditado: foi a Xangai e não subiu na torre de TV? Então não esteve em Xangai. Custo da entrada: cerca de R$ 180,00.
O abridor de garrafas
Mais alta ainda, a torre do “Shanghai International Financial Center” é uma experiência. Tornou-se referência de modernidade. Concorrente direta de sua prima de “pérola”, de longe lembra uma espécie de abridor de garrafas. Imponente, única em estilo, tem um elevador “foguete” que atinge o observatório no centésimo andar em pouco mais de 40 segundos. Um piso de vidro, chamado de skywalk, faz a alegria e tira o fôlego de crianças e adultos. A sensação, de fato, é de andar nas nuvens, no céu! Custo da brincadeira: R$ 140,00. Se vale? Cada centavo. É sensacional!
Sky walk, sensação de andar no céu (Foto: Paulo Panayotis)
Ué! Natal não é ocidental?
A cidade não para de me surpreender. Por todos os lados vejo símbolos do natal à moda ocidental. Para falar a verdade, tem mais decoração de natal aqui em Xangai do que em São Paulo em 2015! Mesmo não crescendo na velocidade estratosférica de anos atrás, o gigante chinês mostra fôlego, disposição e vai à luta. Em relação às demais vezes que estive na China, tudo ficou muito, muito mais caro. Em compensação, há cada vez mais serviços de primeiro mundo.
A tal da relação custo beneficio por aqui é fantástica
No próximo artigo, contarei um mais um pouco do que fazer nesta cidade, que tem o mesmo tamanho e número de habitantes de São Paulo. E que, além de tudo, mostra com orgulho seu “ Bund” para o mundo…
Decoração de Natal ao estilo ocidental (Foto: Paulo Panayotis)
Fonte: Diário Do Turismo