Cultura
Vivendo de cultura
Lembra da história do homem feio, de nariz grande, que conquistou o coração de sua amada pelas suas belas cartas de amor atribuídas a um outro homem, belo, mas incapaz de escrever comoventes versos? Estamos falando de “Cyrano de Bergerac”, única obra imortal de Edmond Rostand, texto clássico do teatro francês, que conquistou os palcos e o cinema.
O filme “Cyrano, Meu Amor”, dirigido por Alexis Michalik, tem como ponto alto a atuação de Olivier Gourmet como Constant Coquelin, o primeiro ator a interpretar o célebre personagem. O enredo consegue juntar a história dos bastidores da criação da peça com alguma de suas principais cenas, como a última em que Roxanne descobre que Cyrano é o autor das cartas.
O filme tem pouco valor enquanto fonte de informação histórica sobre Rostand ou sobre a criação da célebre peça, mas revela-se muito eficiente como espetáculo cinematográfico, sem perder o ritmo em momento algum, principalmente pelo uso criativo da câmera nas cenas que mostram as ações no palco.
As dificuldades financeiras de Rostand são enfatizadas, assim como as dos empresários, diretores e atores, que precisavam, naquele fim de século XIX, de sucessos constantes. Isso levava o escritor a escrever muitas páginas por dia sob pressão para conseguir seu sustento. Ontem e hoje, portanto, viver de cultura se coloca como um grande desafio.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Fonte: ASCOM Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo