Teresina (PI)

Sem Gasolina os preços aumentam em Teresina

Devido à escassez do produto, as distribuidoras reajustaram o preço de venda, que foi repassado dos empresários para os consumidores.

Os teresinenses estão sentindo no bolso o impacto da falta de combustíveis nos terminais de distribuição da Capital. Por conta da escassez do produto, as distribuidoras aumentam o preço da venda para os postos de combustíveis, que, por sua vez, repassam o aumento para os consumidores. O litro da gasolina, que até o início do mês de dezembro, custava, em média, R$ 3,40, pode ser encontrado em alguns postos da Capital por até R$ 3,80.

Jânio Reis é um dos motoristas que já começa a sentir o impacto do aumento do preço da gasolina no orçamento familiar. Ele conta que evita sair de carro para tentar economizar. “É muito ruim você começar o ano já gastando mais. Daqui a uns dias, ninguém vai ter mais condições financeiras de andar de carro”, reclama.

Já o motociclista Cláudio Oliveira, que utiliza a moto como meio de transporte para ir ao trabalho, conta que o aumento prejudica, e muito, quem precisa abastecer todos os dias. “O que para eles (donos de postos de combustíveis) são apenas centavos, para um pai de família, que precisa trabalhar, causa um impacto enorme no final do mês”, pontua.

Para tentar economizar na hora de abastecer, a saída encontrada por Júlio Cesar foi rodar pela cidade em busca de preços mais baratos. Segundo ele, a pesquisa não teve o resultado esperado. “Em todo lugar que você vai, os preços estão lá em cima. É inadmissível esse aumento, que só prejudica o consumidor”, comenta. Por conta da alta repentina no preço da gasolina, alguns consumidores estão optando pelo uso do etanol, que é vendido, em média, por R$ 3 o litro.

Contraponto

O tesoureiro do Sindicato dos Donos de Postos de Combustíveis do Piauí, José Couto, afirma que os postos repassam o aumento para o consumidor para evitar a falta do combustível nas bombas. “As próprias distribuidoras aumentam o preço do produto e o posto fica sem alternativa, e acaba obrigado a repassar o aumento”, comenta.

Por outro lado, o conciliador do Procon-PI, Campelo Júnior, afirma que é preciso investigar esse reajuste. “Existe a lei da oferta e da procura. Mas o que não pode acontecer é provocar um desabastecimento intencional para justificar o reajuste dos combustíveis. Se isso estiver acontecendo, será investigado administrativamente pelo Procon e pela delegacia especializada em crimes desta natureza”, revela Campelo, acrescentando que, assim que o abastecimento for regularizado na Capital, o preço dos combustíveis deve diminuir; caso contrário, pode se configurar crime passível de multa e outras sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor.

A equipe de reportagem do Jornal ODIA tentou contato com as distribuidoras de combustíveis de Teresina, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno. Todavia, em matéria publicada no último dia 30 de dezembro, uma das distribuidoras de combustível que atua no mercado de Teresina informou que a cota de combustível adquirida por cada distribuidora é determinada pela Petrobras. Por conta disso, acontece a baixa no estoque do produto, que obriga a distribuidora a diminuir a quantidade de combustíveis vendida para cada posto de gasolina.

Ainda de acordo com a distribuidora, a perspectiva é que a situação do abastecimento seja normalizada apenas no mês de fevereiro. Até lá, as empresas ainda devem enfrentar dificuldades para manter o estoque de combustível.
 

Fonte: Jornal O Dia