Concursos

Policial foi preso passando informação para a quadrilha que fraudava concursos

 Policial vaza dados de inquérito que apura fraude em concursos e é preso.

Agente trocou mensagens sobre investigação da Operação Veritas.

Polícia cumpre novos mandados de prisão e de busca e apreensão.

Mais um policial civil foi preso nesta terça-feira (15) em Teresina suspeito de participação na quadrilha que fraudava concursos públicos no Piauí e Maranhão. De acordo com o secretário de segurança Fábio Abreu, o agente foi preso por ter enviado mensagens com informações sobre o inquérito para pessoas alvo da investigação.

A Operação Veritas, que investiga as irregularidades nos certames foi deflagrada na semana passada pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco). Outro policial já tinha sido preso na quinta-feira (10) por participação direta no esquema fraudulento.

“Encontramos no celular do policial algumas mensagens sobre a operação, o que comprova que houve vazamento. Em relação aos outros mandados cumpridos nesta terça-feira são referentes à etapa final do inquérito”, explicou o secretário.

Nesta terça-feira, policiais cumpriram no Piauí e Maranhão três mandados de busca e apreensão e quatro de prisão.Os policiais também procuram um funcionário do Tribunal de Justiça do Maranhão suspeito de participação na quadrilha.

“Ele não foi encontrado no fórum da cidade de Caxias, onde trabalha e caso não se apresente espontaneamente será considerado foragido”, comentou.

Deste quinta-feira (10) quando a operação foi deflagrada, foram cumpridos 37 mandados e quatro pessoas ainda continuam foragidas, dos 33 mandados de prisão temporários cumpridos, 10 foram transformados em prisão preventiva e 23 pessoas liberadas.

“Esses que tiveram as prisões preventivas decretadas são pessoas consideradas os mentores do processo de fraude e por isso devem permanecer presas”, afirmou Fábio Abreu.

Entre os suspeitos que tiveram as prisões preventivas decretadas há um agente da Strans, dois estudante de medicina e um de direito, um bombeiro, um analista do Ministério Público, um professor que já foi diretor de escola pública do estado e seu irmão que trabalhava como vigia, mas já tinha sido aprovado em diversos concursos públicos.


Outras prisões
No sábado (12) uma mulher foi prestar depoimento e ficou detida. Os depoimentos ocorrem na sede do grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), Zona Sul de Teresina. O delegado geral Riede Batista não revelou qual a participação da mulher no esquema e disse apenas que outras três pessoas continuam foragidas e vão ter a prisão preventiva decretada nas próximas horas.

A Polícia Civil do Piauí descobriu que a quadrilha desarticulada na quinta-feira (10) negociava gabaritos e contratava pessoas para responder as provas de concursos públicos por meio de um grupo em aplicativo de mensagens instantâneas.

Outra novidade do caso é o vazamento de informações dentro da Polícia Civil. A secretaria de segurança anunciou que vai tomar as providências necessárias para investigar se há policiais repassando informações das investigações. Segundo a polícia, material de investigação vazou na internet, isso permitiu que várias as pessoas tivessem acesso a mapas com fotos de investigados.

"Vamos fazer uma investigação interna através da Corregedoria da Polícia Civil para saber se pessoas de dentro da corporação repassaram informações internas sobre operações e prisões que venham acontecer.Isso será investigado com rigor", declarou, delegado geral da Polícia Civil, Riedel Batista.
Tribunal de Justiça mantem concurso

O desembargador Raimundo Eufrásio Alves Filho, presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI), afirmou na sexta-feira (11) que aguarda a conclusão e entrega do inquérito policial para decidir sobre a anulação ou não do concurso do TJ. Além disso, todos os envolvidos no esquema de fraude do certame serão eliminados.
O concurso do TJ

No dia do concurso, cinco candidatos foram detidos após serem flagrados com aparelhos celulares, documentos falsos, mas liberados após prestarem esclarecimentos. A polícia confirmou que alguns deles estão entre os alvos dos mandados de condução coercitiva cumpridos na quinta-feira (10).

Em dezembro do ano passado, 42.920 candidatos disputaram as 180 vagas ofertadas no concurso público do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI).

Fonte: G1 PI