Economia e Negócios
Petróleo acelera queda com recuo da UE, liquidação generalizada
O petróleo despencou abaixo de US$ 105 por barril após a União Europeia suavizar o novo pacote de sanções que prepara contra a Rússia em meio a uma liquidação ampla dos mercados.
O West Texas Intermediate, petróleo de referência nos EUA, chegou a cair mais de US$ 7 por barril na segunda-feira sob pressão em várias frentes. Enquanto a UE parece enfraquecer seu pacote de sanções, a Arábia Saudita cortou preços em um sinal de queda na demanda da China. Os mercados de ações recuaram devido à preocupação com o quanto o Federal Reserve terá que aumentar juros para domar a inflação.
“O plano de sanções menos rígido sobre o petróleo russo pode reduzir o impacto no fornecimento e destaca a complexidade das sanções contra a energia russa”, disse Rohan Reddy, diretor de pesquisa da Global X Management.
A UE vai retirar do pacote a proibição a navios da região de transportar petróleo russo para países fora do bloco, mas manterá um plano de proibir que seguradoras europeias deem cobertura a esses embarques, de acordo com documentos vistos pela Bloomberg e pessoas familiarizadas com o assunto.
A Rússia disse na segunda-feira que espera que sua produção de petróleo aumente em maio e que vê novos compradores para seu petróleo, inclusive na Ásia.
No fim de semana, os líderes do G7 prometeram banir importações da Rússia em resposta à guerra do presidente Vladimir Putin na Ucrânia. Mas a maioria dos países que cortarão as compras russas até agora enfatizou a necessidade de uma mudança ordenada.
O petróleo teve um 2022 tempestuoso até agora. A invasão da Ucrânia pela Rússia abalou o mercados de commodities, elevando preços. Os EUA e o Reino Unido já decidiram proibir as importações de combustível russo em resposta, e a promessa de fim de semana do G7 aumentará ainda mais a pressão sobre Moscou. Os mercados também foram abalados pela trajetória agressiva de aumento de juros do Federal Reserve, adicionando volatilidade ao comércio de petróleo.
O petróleo continuará “limitado porque ainda não há oferta suficiente para o mercado atualmente”, disse Reddy. “A não ser que haja uma grande disseminação de Covid-19, haverá um déficit de oferta.”
Além da guerra, a Arábia Saudita cortou os preços para compradores na Ásia, com os bloqueios na China pesando sobre o consumo. A estatal Saudi Aramco baixou preços pela primeira vez em quatro meses, reduzindo o custo de seu Arab Light para entrega no próximo mês para US$ 4,40 o barril acima do valor de referência no Golfo Pérsico.
Fonte: Bloomberg