Política
Onyx critica sistema eleitoral, nega golpismo de Bolsonaro e defende privatização da Petrobras
Pré-candidato do PL ao Governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni faz eco às críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro, em que enxerga problemas de transparência, e defende a privatização e uma CPI para investigar a Petrobras.
Questionado sobre o desempenho do governo federal na pandemia, chamou a imprensa de negacionista.
As declarações foram feitas nesta segunda-feira (20) durante a sabatina Folha/UOL com pré-candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul.
Conforme Onyx, o sistema eleitoral "tem problemas de atender os princípios de transparência", porque, nas palavras dele, o "TSE [Tribunal Superior Eleitoral] sequestrou e transformou a apuração em secreta".
Na visão do ex-ministro, os ataques de Bolsonaro não são uma ameaça de não aceitar o resultado das eleições de 2022:
"Era um debate nacional que falava sobre a possibilidade de se ter uma auditoria dos votos. Mais uma vez alertando. Apenas chama a sociedade para pensar sobre o fato", disse Onyx.
Para o ex-ministro, não há risco de golpe: "Não será nenhum golpe. Essa coisa de golpe só está na cabeça de jornalista."
Questionado sobre a atuação do governo brasileiro na pandemia, Onyx primeiramente negou ter impedido que as empresas exigissem vacinação para a contratação de funcionários. Porém, diante da portaria assinada por ele como ministro do Trabalho, Onyx justificou a medida:
"O objetivo era proteger as pessoas, porque estava havendo demissões em massa",
Para o ex-ministro, não houve negacionismo do governo, mas sim da imprensa. Para Onyx, seria negacionismo não testar medicamentos sem comprovação científica.
"A medicina evolui mais por experimentação do que por comprovação. Ao negar isso, é a imprensa que está sendo negacionista", declara.
Onyx defendeu também a privatização e uma nova CPI da Petrobras, embora não veja mais na imprensa os erros cometidos em governos passados.
"Essa CPI é para entendermos como a Petrobras funciona. É diferente. No governo Fernando Henrique Cardoso ocorreu aparelhamento. No Lula, aparelhamento com corrupção."
Onyx ocupou quatro ministérios ao longo do mandato de Bolsonaro: após deixar a Casa Civil, foi ministro da Cidadania, da Secretaria-Geral da Presidência e ministro do Trabalho e Previdência. Em fevereiro, deixou a Esplanada e retornou à Câmara Federal para concorrer ao Governo do RS. Assim como Bolsonaro, Onyx se filiou ao PL ao final de novembro de 2021.
O pré-candidato do PL foi o sexto pré-candidato ao Governo do RS entrevistado da série de sabatinas promovida pela Folha e pelo UOL. Antes dele, Edegar Pretto (PT), Vieira da Cunha (PDT), Luis Carlos Heinze (PP), Beto Albuquerque (PSB) e Gabriel Souza (MDB) foram entrevistados.
Hoje, às 16h, a série se encerra com a sabatina do ex-governador Eduardo Leite (PSDB).
A sabatina foi conduzida pelo colunista do UOL Kennedy Alencar e pelos jornalistas Tales Faria, do UOL, e Alexa Salomão, da Folha de S.Paulo.
Fonte: Folha de São Paulo