Teresina (PI)

O STRANS quer mais o aumento do que o SETUT

Sistema de transporte quebra sem reajuste, diz superintendente da Strans

A Superintendência de Trânsito de Teresina se posicionou sobre a polêmica envolvendo o reajuste da passagem do transporte público da capital. Ontem, o juiz da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública, Rodrigo Alaggio Ribeiro, suspendeu o reajuste de R$ 2,50 para R$ 2,75, em vigor deste o dia 6 de janeiro. Para o superintendente do órgão, Carlos Daniel, sem reajuste o sistema vai quebrar.

"A passagem aumenta é para cobrir os custos, independente do sistema ser superavitário. Tem que ser aumentado em função de aumento do óleo, mão de obra, pneu, peça. Todo o Brasil está vendo a inflação galopante. Não é possível se querer ser falso. Existe a necessidade de realinhar esse preço para que torne o sistema atualizado ou então se quebra. Não existe essa história de se querer fazer uma gracinha. Os custos aumentaram. O sistema de transporte não sobrevive sem reajuste", declarou durante entrevista ao Jornal do Piauí.

Carlos Daniel lembra que a prefeitura não dispõe de recursos para suprir o déficit do valor da passagem. "Os R$ 0,25 numa passagem incrementa uma despesa para a prefeitura de, no mínimo, R$ 1.250 milhão por mês. A prefeitura não dispõe desse recurso. Não é possível se fazer de outra forma. Tem que haver o reajuste para que haja a compensação dos valores perdidos durante o ano", destacou.

A decisão de suspender o reajuste, segundo a Strans, é por conta de uma pendência judicial envolvendo o órgão e as empresas de ônibus no que diz respeito o remanejamento de recursos e a contagem de passageiros.

"O problema de contagem de passageiros não é deficitário. Nós temos a contagem de passageiros aqui na Strans. O que nós não temos é o controle dos recursos que são adquiridos da venda de passagens no sistema de transporte. Esses recursos estão totalmente administrados pelas empresas de transporte de Teresina. A Strans julga que esse recurso tem que passar pelo órgão para que seja distribuído por aqui para as empresas que prestaram o serviço", afirmou.

"Como as empresas não estão passando, existe uma demanda judicial. E essa demanda judicial é que está causando este problema. Enquanto não for resolvido é para reduzir o valor da passagem", acrescentou, destacando o problema independente do valor da tarifa.

"Sendo decidido por uma maneira ou outra, independe o valor da passagem. Se for R$ 2,50 não resolve o problema, R$ 2,75 também não. Vai continuar a pendência", finalizou.

De acordo com a decisão do juiz, a medida deve valer pelo menos até o dia 4 de fevereiro, para quando foi marcada audiência de conciliação entre Prefeitura de Teresina, Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina (Setut), e o Ministério Público, autor da ação.

Fonte: Cidade Verde