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Leve, divertido e cativante, Sonic retorna com aventuras ainda mais desafiadoras
Dois anos após o lançamento do primeiro filme, Sonic 2: O Filme chega aos cinemas entregando tudo aquilo do que senti falta no primeiro longa: cenas emocionantes de ação, desenvolvimento dos personagens e menos piadinhas sem graça. Veja bem, eu amo piadas bobas, mas a produção anterior parecia desconhecer os limites da saturação de humor.
Não que tenha sido horripilante, o primeiro filme do Ouriço foi legal, mesmo com as ressalvas citadas anteriormente, mas nada além de um divertimento típico de sessão da tarde. Já Sonic 2 é capaz de criar uma atmosfera com personagens e enredo tão cativantes que você sai da sessão querendo especular sobre uma inevitável continuação.
Quando Sonic foi lançado em 1991, não demorou muito para se popularizar entre os jogadores e se tornar um fenômeno que permeia o universo gamer até hoje, sendo referência e influência para diversas produções de plataforma e aventura. Na sequência de 92, durante a era de 16-bits, o velocista azul ganhou novos movimentos e um amigo memorável, Tails, a raposa de duas caudas.
Mas assim como o Tio Ben diz, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, e não apenas isso, grandes perigos também chegaram para aterrorizar a vida de Sonic, que precisa lidar com as ameaças do Dr. Robotnik. Ambos os personagens foram inseridos no segundo filme do ouriço, o que faz crer que ele pode estar se apoiando no enredo, ou pelo menos nos personagens, da também segunda sequência do jogo.
O roteiro não é nada excepcional e o enredo também não se arrisca muito, mas é o suficiente e cumpre ao que se propõe: uma aventura divertida do carismático Sonic. O ouriço azul une forças com o conhecido personagem dos jogos, Tails, uma raposa amarela de duas caudas, para derrotar o “lado mal”, que busca poder e destruição.
Para acabar com os planos maléficos do vilão Dr. Robotnik (Jim Carrey), que agora conta com a parceria de Knuckles, o último echidna da poderosa raça de xamãs e guerreiros, Sonic e Tails precisam ser velozes e fugazes. Os dois precisam capturar a Esmeralda Mestre antes que a complicada dupla inimiga ponha as mãos na grandiosa pedra que concede o poder de concretizar todos os pensamentos de quem a possui, e como o próprio Ouriço cita: “Robotnik tem muitos pensamentos do mal”.
Sonic 2 parece que foi moldado para a geração usuária assídua do TikTok, e por duas vezes ele apresenta um espetáculo de dança com músicas que bombaram recentemente na plataforma. Além disso, a própria coreografia é inspirada nos vídeos curtos e bem humorados da plataforma social. A famosa “floss dance”, popularmente conhecida (por mim) como a “dancinha do Fortnite”, reproduzida incansavelmente em “challenges” por todas as redes sociais, também foi mencionada – e dançada – no filme.
Apesar das mudanças positivas, Sonic 2 não abandonou o que deu certo no primeiro filme. O protagonista continua extremamente carismático, energético e fofo. Tão fofo que eu me senti mal de criticar o primeiro longa de tanto que me apeguei ao personagem. A essência do Ouriço Azul continua a mesma, ainda bem. Jim Carrey, em particular, rouba a cena entre os personagens humanos, e a performance exagerada e cheia de expressões corporais o tornam um vilão interessantíssimo e excêntrico ao mesmo tempo em que ele é horripilante e maligno.
O segundo longa do velocista azul chega aos cinemas contrariando a popular fama de fracasso em adaptações cinematográficas de jogos. A produção entrega o que promete e até mesmo um pouco mais. O meme do “novo normal” é utilizado pelo Dr. Robotnik quando mostra seu poder, e pode ser facilmente utilizado para descrever o poder de Sonic 2: o “novo normal” agora são filmes maravilhosos inspirados em jogos incríveis?
O Veredicto
Com referências encantadoras à tradicional franquia de jogos da SEGA, utilização de diversos elementos da cultura pop e forte conexão com elementos associados a gen-z, Sonic 2 é um filme leve, divertido e cativante. O longa funciona tanto para os apaixonados pelo Ouriço Azul desde o videogame quanto para quem tem seu primeiro contato com o personagem na sessão de cinema. Com personagens populares e atuação impecável – e caricata – de Jim Carrey como Dr. Robotnik, eu recomendaria este filme até mesmo para quem não liga para os jogos.
Fonte: IGN Brasil