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Justiça do Peru pedirá extradição de capitão de navio italiano por vazamento da Repsol
O Ministério Público peruano vai pedir a extradição do capitão do petroleiro 'Mare Doricum', navio de bandeira italiana envolvido no vazamento de cerca de 12.000 barris de petróleo bruto em águas peruanas há quatro meses, disse uma fonte da entidade à AFP nesta terça-feira (17).
A extradição será solicitada após ser verificado se Giacomo Pisani deixou o Peru em 9 de março, apesar da existência de uma medida judicial que o impedia de sair do país, apontou uma fonte do Ministério que solicitou a reserva.
O pedido formal será apresentado pela Unidade de Cooperação Judiciária Internacional do Ministério Público peruano, embora sem especificar a justiça de qual país.
O vazamento ocorreu em 15 de janeiro, enquanto o 'Mare Doricum' descarregava petróleo bruto na refinaria La Pampilla, em Ventanilla, 30 km ao norte de Lima, de propriedade da petrolífera espanhola Repsol. A empresa atribuiu o incidente às ondas causadas pela erupção vulcânica em Tonga, do outro lado do Oceano Pacífico.
Pisani está sendo investigado por sua suposta responsabilidade no vazamento de petróleo, que causou grande impacto na flora e fauna da costa peruana, segundo as autoridades do país sul-americano.
O capitão, que teria voltado a Itália, deixou o país 24 horas após o pedido do Ministério Público, assegurou o semanário local Caretas.
Imobilizado a pedido da justiça, o navio está ancorado há quatro meses a cerca de 9km da costa peruana sob vigilância da guarda costeira da Marinha.
O 'Mare Doricum' é um cargueiro do tipo Suezmax, construído em 2009 e de propriedade da empresa de navegação Fratelli d'Amico, com sede em Nápoles.
A Procuradoria investiga também oito executivos da Repsol, que também não podem deixar o país devido ao incidente, incluindo o presidente da Repsol Peru, o espanhol Jaime Fernández-Cuesta Luca de Tena. Os demais executivos são peruanos.
A Repsol foi processada na semana passada na justiça peruana, que pede 4,5 bilhões de dólares em danos.
O vazamento se espalhou por águas e costas até 140 quilômetros ao norte da refinaria, causando a morte de um número indeterminado de peixes, aves e mamíferos marinhos.
As atividades pesqueiras e turísticas na área foram afetadas desde o momento do incidente, considerado a pior emergência ambiental registrada pelo Peru.
Fonte: AFP