Teresina (PI)
Fórum discute inclusão de pessoas com transtornos mentais no mercado de trabalho
Um dos grandes desafios da saúde mental é a inclusão das pessoas com transtornos mentais no mercado de trabalho. Para discutir o assunto e conscientizar as empresas de Teresina, acontece na próxima quarta-feira (22) o I Fórum de Geração de Trabalho e Renda de Teresina, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI), das 8h às 12h.
O evento é destinado às empresas que devem cumprir cotas para as pessoas com deficiência e objetiva esclarecer sobre a deficiência psicossocial, ou seja, pessoas com sequelas de transtornos mentais cujo quadro psiquiátrico provocou impedimentos de natureza mental que obstruiu a participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condição com as demais pessoas, mas que não as incapacita de trabalhar e ter uma vida produtiva.
Durante o fórum, o Grupo de Geração de Trabalho e Renda – formado por profissionais e usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), em parceria com a Procuradoria do Trabalho e Ação Social Arquidiocesana (ASA), promove rodas de conversas com estas empresas para orientar acerca do potencial laboral das pessoas que possuem essa deficiência. “Esse fórum visa reunir instituições de Teresina com o objetivo de sensibilizar sobre como essas pessoas ainda são produtivas, a importância de incluí-las no mercado de trabalho e o quanto isso é significativo na vida dessas pessoas”, explica a gerente de Saúde Mental da Fundação Municipal de Saúde (FMS),Luanna Bueno.
O Grupo de Geração de Trabalho e Renda da FMS foi criado para fomentar a inclusão das pessoas com transtorno mental no mercado de trabalho formal e em atividades de geração de renda, proporcionando a desinstitucionalização e o fortalecimento do protagonismo do usuário dos CAPS. “Um dos nossos maiores desafios em relação à intervenção em saúde mental encontra-se na dificuldade de acesso dos usuários à vida produtiva, porque se observam estigmas e preconceitos que a sociedade atribui a essas pessoas, dificultando o acesso ao mercado de trabalho”, afirma Luana Bueno. Desde o início do trabalho, três usuários dos CAPS foram empregados formalmente em empresas de Teresina.
O grupo se embasa na legislação que enquadrou a deficiência psicossocial (também chamada de “deficiência psiquiátrica” ou “deficiência por saúde mental”) no rol de deficiências pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), adotada na Assembleia Geral da ONU em 13/12/06. No Brasil, a deficiência psicossocial passou a valer quando o Congresso Nacional ratificou, com equivalência de Emenda Constitucional, a citada Convenção da ONU através do Decreto Legislativo 186, de 09/07/08, e a promulgou através do Decreto 6.949, de 25/08/09.
Confira abaixo a programação:
8h – Abertura
8h30 – Mesa redonda: panorama de Teresina na inserção da deficiência psicossocial no mercado de trabalho (Dra. Jeane Carvalho Araújo Colares – Procuradora do Trabalho; Me. Amrconi de Jesus Santos – técnico da Gerência de Saúde Mental da FMS; Thaíse Miranda Cronemberger Riedel – Assistente Social da ASA e Natália de Sousa Silva – Psicóloga da ASA)
9h30 – Vídeo da experiência da empregabilidade da deficiência psicossocial em Teresina
9h40 – Talk Show: Quando o preconceito vira barreira – Relatos de pessoas com deficiência psicossocial
10h30 – Palestra: Deficiência psicossocial: Potencialidades e Desafios (Dra. Marianny da Paz Belchior Lustosa – Psiquiatra FMS)
11h30 – Encerramento
Fonte: PMT