Saúde

Enfermeiros do setor covid têm corte de quase 50% no salário

Foto: Roberta AlineEstados temem perder todos os leitos de UTI para Covid pagos pela Saúde a partir de março
O salário das enfermeiras obstétricas foi reduzido em quase 50%

Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Piauí protestam contra a redução de quase 50%  nos salários.  Erick Ricelly, presidente do Senatepi, sindicato da categoria, conta que, com os cortes salariais, um profissional do setor covid recebe cerca de R$ 100 por plantão. 

"É algo preocupante. Cortes por cima de cortes em seus salários. Pessoas que até ontem eram chamados de herois e agora, no meio da pandemia, se deparam com seu contracheque quase pela metade. Nesse momento, quem está no setor covid, teve seu plantão cortado pela metade. R$ 100 um plantão. Além disso, cortou o adicional de insalubridade que era 20% para estar nesse setor, cortou também o adicional do valor do plantão, o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) alegando que o programa acabou e acabou mesmo, só que mudou de nome para Previne. 10 plantões por R$ 547 para uns  e 10 plantões por R$ 800 para outros não é salário digno que se pague para profissional que se dedica para que a saúde de Teresina funcione", expõe Ricelly.

Por outro lado, o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, explica que o corte ocorreu porque o Ministério da Saúde parou de custear despesas covid em dezembro de 2020. 

"Até o mês de dezembro, o Ministério da Saúde custeava as despesas covid como um todo, inclusive, o adicional que pagavam de 40% de insalubridade. Mas isso, foi até 31 de dezembro. Quando assumimos em janeiro já havia sido suspenso esse repasse financeiro", explica Albuquerque. 

"Em uma conversa com o prefeito, a gente manteve até o mês de janeiro com recursos próprios da prefeitura, mas não tem como a prefeitura custear uma despesa dessa que era do Ministério da Saúde. Então, cortou-se esse repasse de covid como um todo, tanto para ajuda de custo da Fundação quanto para essa insalubridade a mais que os servidores recebiam", completa o presidente da FMS. 

Sobre o antigo PMAQ, ele conta que foi suspenso em 30 de agosto e explica por que o município não aderiu ao programa Previne Brasil, que substituiu o anterior. O impacto financeiro para a prefeitura de Teresina seria de R$ 12,5 milhões.

"A adesão ao Previne Brasil paga um percentual da despesa, o outro percentual quem paga é o município. Como o município não havia previsto esta despesa, ele nem consta na previsão orçamentária da prefeitura. Estamos aguardando que sejam definidas as despesas covid para saber o que podemos gastar. Até então, a prefeitura está mantendo sozinha, atráves da FMS, toda a despesa covid que foi acrescentada ao sistema de saúde", explica Gilberto Albuquerque. 

Fonte: Cidade Verde

Saiba mais sobre: