Turismo

Empresas estudam acabar com copilotos em aviões; associações apontam riscos


(Divulgação)
 


Um grupo formado por 35 empresas aéreas, entre elas a Boeing e a Airbus, está empenhado em desenvolver uma nova tecnologia de automação para reduzir a dependência da tripulação durante os voos, o que melhoraria a segurança das aeronaves. As empresas estudam, inclusive, eliminar o copiloto dos aviões comerciais em um futuro próximo.

A ideia do projeto, batizado de Across e também financiado pela União Europeia, é criar uma espécie de programa de piloto automático ainda mais sofisticado que assuma o controle da aeronave, principalmente em ocasiões com mau tempo e em situações propícias a acidentes. Até agora, 25 protótipos de novas tecnologias já foram criados.

Segundo as empresas, a ideia é ajudar nas tomadas de decisões do piloto em situações de risco e reduzir a pressão sofrida por eles com o crescimento do tráfego aéreo.

Além disso, para o consórcio, cockpits com apenas um piloto são vistos como uma possibilidade em um futuro próximo, principalmente por conta dos processos de automação cada vez mais constantes. A medida traria, inclusive, redução de gastos para as companhias.

De acordo com o projeto, dados mostram que os pilotos conseguem impedir um grande número de acidentes, mas “questões envolvendo a tripulação foram fatores que contribuiram para 60% dos acidentes fatais entre 1990 e 2010”.

Para elas, a crescente complexidade dos sistemas da aeronaves explicaria a causa do alto número de acidentes recentes que podem ser atribuídos a erros humanos, tais como dificuldade na percepção do ambiente, consciência situacional não completa e omissão de ação ou ação inapropriada.

Pilotos não concordam com o programa

As associações de pilotos da UE não concordam com a ideia e afirmam que o projeto, na verdade, é uma tentativa de criar aviões sem pilotos no futuro, apesar da oposição pública.

A Associação dos Pilotos Britânicos diz ainda que uma maior automação iria aumentar os riscos de invasões de hackers e falhas de computador.

O projeto começou em janeiro de 2013 e terminará em junho de 2016.

Fonte: Todos a Bordo