Concursos
Concursos da PM reprovaram 200 candidatos em testes psicotécnicos
A Câmara Municipal de Teresina realizou audiência pública na tarde desta quinta-feira (23), para discutir o número de ações judiciais que resultam em liminares a favor de candidatos reprovadas em concursos da Polícia Militar. A discussão foi proposta pelo vereador Major Paulo Roberto. O tema ganhou destaque após vir a público que o capitão da PM, Allisson Watson Nascimento, foi reprovado no teste psicotécnico e só ingressou na corporação mediante liminar na justiça. Ele confessou ter matado a estudante Camilla Abreu no final de outubro.
Só no concurso da PM realizado em 2013, dos 770 candidatos que fizeram os testes, 139 foram reprovados. Em 2017 dos 354 que passaram pela avaliação, 25 foram reprovados. No concurso para delegado em 2014, cinco candidatos foram reprovados dos 51 que cumpriam as etapas.
Para o presidente da Associação dos Magistrados Piauienses, Thiago Brandão de Almeida, a audiência faz parte de um controle social que o poder judiciário como atividade estatal também está sujeito. “O juiz julgar qualquer tipo de questão seja concurso público ou qualquer tipo de conflito deve observar a lei e ao que diz os tribunais”, declarou na audiência.
O presidente do Conselho Regional de Medicina, Eduardo Moita, condenou as liminares. Segundo ele, isso contribui para o ingresso de pessoas incapacitadas no mercado de trabalho.
“Não podemos deixar que liminares coloquem pessoas que não tem a devida condição de estar exercendo papeis que não deveriam. A avaliação psicológica existe, ela pode ser questionada, mas de maneira legal, constituindo um outro profissional para verificar esse material e daí sim validar o que foi feito pedindo uma nova avaliação e não simplesmente impondo para o exercício da profissão uma pessoa que não tem condição para isso”, declarou.
O subcomandante da Polícia Militar do Piauí, coronel Lindomar Castilho, disse que a PM segue seu estatuto em relação ao ingresso de praças na corporação. “O ingresso é condicionado ao concurso público e o candidato passa por 5 etapas incluindo a investigação social”, declarou.
O presidente do Nucepe, Pedro Junior, participou da audiência e disse que as bancas montadas pelo órgão são compostas de pessoas qualificadas para todas as etapas. "A gente busca se cercar de profissionais para montar uma banca qualificada, mas tem candidato que, quando é reprovado e busca o auxilio do Judiciário e a gente acata.
Fonte: Cidade Verde