Dr. Valrian Feitosa

Prof. Naldo
Francinaldo de Sousa Bezerra. Graduado em História pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em História do Brasil e professor da rede estadual de ensino no Piauí e Maranhão. Produtor de eventos, crítico político e cultural.

Veja como é feito o cálculo das notas do Exame Nacional do Ensino Médio



Teoria de resposta ao item não premia candidato que 'chuta' as respostas.
Dificuldade das questões afetam o cálculo da nota final.

As notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são calculadas a partir da teoria de resposta ao item (TRI). O cálculo final não soma a quantidade de respostas certas, mas a “qualidade” destas respostas. Na TRI, o foco é no item, como é chamada cada questão. A teoria é o conjunto de modelos que relacionam uma ou mais habilidades com a probabilidade de a pessoa acertar a resposta. Assim, dois candidatos podem acertar o mesmo número de questões, mas terão pontuações diferentes de acordo com quais questões ele acertou.

De acordo com o Inep, a TRI qualifica o item de acordo com três parâmetros: o poder de discriminação, que é a capacidade de um item distinguir os estudantes que têm a proficiência requisitada daqueles quem não a têm; o grau de dificuldade da questão; e a possibilidade de acerto ao acaso (chute).

Pela teoria, o número de questões por nível de dificuldade em cada prova e as demais características dessas questões afetam o resultado. Assim, um candidato que acertar 40 questões não necessariamente terá uma nota final maior de outro que acertar 35.

“A TRI supõe que um aluno que acerte as questões mais difíceis deva acertar também as mais fáceis; se o candidato acertou as mais difíceis sem ter acertado outras mais fáceis, essa característica pode ser considerada como um ‘acerto no chute’. Já questões não respondidas são consideradas erradas e os acertos ao acaso, ou no ‘chute’, geram nota maior que o simples erro”, explica o diretor pedagógico do Sistema COC de Ensino, Zelci Clasen.

A professora Laura Pereira Aguiar, do Cursinho Popular da Universidade Federal de Juiz de Fora, dá a dica: “O candidato não deve perder tempo com as questões complicadas, e precisa ter a máxima atenção para não errar as questões de nível fácil e intermediário”.

Redação tem cálculo diferente

No Enem, somente a correção da prova de redação não é feita com base na TRI. A partir deste ano, a redação será corrigida por dois corretores de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final é composta de cinco notas, que avaliam competências específicas do candidato.

A nota final corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância de 200 pontos ou mais na nota final atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a 1.000), ou de 80 pontos ou mais em pelo menos uma das competências, a redação passará por um terceiro corretor, em um mecanismo que o Inep chama de “recurso de oficio”.

Se a discrepância persistir, uma banca certificadora composta por três avaliadores examinará a prova. Os candidatos poderão solicitar vistas da correção, porém não poderão pedir a revisão da nota.

Fonte: G1