Transnordestina: cronologia de superfaturamento

       A discutir sobre política de desenvolvimento para a região Nordeste sempre aparece o dilema: Superfaturamento em obras vitais para melhorar a condição de vida do nordestino. Temos a crônica situação da Transnordestina, projeto de 1954 (evento de criação da Sudene), com a construção de um primeiro trecho "Serra Talhada-Salgueiro", que deveria seguir até o Ceará; projeto datado do século XIX, apesar da autorização, nada foi feito.

Transnordestina, ponto de interrogação...

      A Transnordestina é uma ferrovia importantíssima para o escoamento agrícola, ligando a cidade de Eliseu Martins-PI aos Portos de Suape-PE e de Pecém-CE, cruzando os três estados. Quando do lançamento do PAC, o tema foi aquecido mas, em levantamento cronológico identificamos dados preocupantes: 1987, o Ministério dos Transportes apresenta reforma no projeto onde seriam construídas várias seções do estado, além da recuperação de 1.635 Km de ferrovias - investimento anunciado era de quase um bilhão de dólares (US$ 951, milhões), nada foi feito. 1991, Profissionais da Rede Ferroviária Federal e do Departamento Nacional de Transportes Ferroviários visitam Petrolina-PE, inspecionar a primeira etapa da Transnordestina, "iniciada" em 1990 (trecho Petrolina-Salgueiro). Surgem denúncias de superfaturamento nas contratações, e o governo federal imediatamente suspende a construção, sem que de fato houvesse sido construída seção alguma de ferrovia, nem a prometida recuperação dos 637 Km do trecho "Salgueiro-Suape". 1998, Privatização da Transnordestina.

      CONEXÃO COM A FERROVIA NORTE-SUL

      Uma conexão entre a Nova Transnordestina e a Ferrovia Norte-Sul encontra-se em projeto para ser construída entre as cidades de Eliseu Martins-PI e Estreito-MA, num total de 400 Km.

      O Piauí, principalmente região dos Cerrados, vive sem ligação com outras regiões por falta de estradas - navegabilidade, é uma triste realidade - ferrovias só em projetos. Mas superfaturamento sempre surgem. Reportagem publicada pela revista "Veja" denunciou que contratos, incluindo  obras do Programa de Aceleração do Crescimento-PAC,  apresentam superfaturamentos; também revelado um suposto esquema de pagamento de propina no Dnit. Em função do escândalo, as cúpulas do ministério dos Transportes e do Dnit foram afastados - ex-ministro Alfredo Nascimento usa pedido de demissão. A Controladoria-Geral da União-CGU, designou uma equipe para fazer rigorosa auditoria nas licitações, contratos e execução de obras a cargo do Dnit e da empresa estatal Engenharia, Construções e Ferrovias S.A (Valec), envolvidas nas denúncias de irregularidades.