Dr. Valrian Feitosa

Edgar Rocha
Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo)_UFPI e graduado em Letras pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em Comunicação e Linguagens (UFPI), com atuação na área de educação e no jornalismo impresso, on line, e no rádio. (86) 8836 6357 / 9966 9377

Timon vai ganhar outro presídio

A cidade de Timon vive uma situação parecida com a da maioria dos municípios maranhenses no que diz respeito à situação carcerária. No último domingo o programa Fantástico, da rede Globo, denunciou o descaso do poder pública com relação ao sistema prisional no estado com imagens das delegacias dos municípios de Miranda, Santa Inês, Buriticupu e Bacabal.
O episódio repercutiu e autoridades estaduais, do Poder Executivo, Ministério Público, e até OAB manifestaram-se para tentar resolver o problema, que é uma realidade na maioria dos municípios brasileiros.
Segundo autoridades policiais, em Timon, não se pode falar no descaso propriamente dito de autoridades governamentais, mas está vindo à tona outro problema sério, já vivido na década de 80 por este município, o crescimento da violência de forma desenfreada. Agora por conta do tráfico de drogas.
Crescimento da Violência em Timon (MA)
Em pouco mais de 30 dias já houve seis homicídios bárbaros na cidade, sem mencionar centenas de casos de assaltos à mão aramada e prisões de traficantes. Também houve a desarticulação de ‘bocas de fumo”, responsáveis pela distribuição do crack, a droga que se tornou popular em todo o Brasil.
Segundo explicou o delegado titular da Delegacia de Homicídios de Timon, Ricardo Freire, se a polícia conseguisse cumprir todos os mandados de prisões que possui em mãos, por determinação da Justiça, e concluísse em tempo hábil todos os inquéritos em andamento, seria necessário se construir o triplo das cadeias existentes em Timon, em regime de urgência.
Segundo o delegado, existe de 100 a 200 mandados a ser em cumpridos, e no final do ano passado foram entregues à Justiça cerca de 700 inquéritos à Justiça, sem se mencionar os que estão em andamento. Das cinco unidades prisionais do estado, incluindo presídios e casas de custódia, todos estão lotados. São eles; Pedrinas, em São Luís, o maior de todos, com uma população carcerária de cerca de 2.500 detentos atualmente; a de Caxias ( Casa de Custodia), Imperatriz ( Casa de Custódia), Pedreiras (presídio) e Timon, também presídio.
Segundo o delegado, o presídio Jorge Vieira, recém construído em Timon, já está superlotado. Com uma capacidade de cerca de 160 vagas, já ultrapassam os 300 detentos encarcerados. Os três distritos com a média de uma cela para comportar quatro detentos cada uma, estão, em média, com 10 em cada uma. Tudo isso em função do crescimento da violência nos últimos meses. “Antigamente existiam duas celas por distrito, mas com a diminuição da violência na década passada uma das células de cada distrito foram sendo desativadas. Agora elas fazem faltam porque cresceu a violência em Timon”, contou o delegado.
Segundo o delegado, já existe o projeto para construção de outro presídio para o município de Timon com capacidade para 400 detentos. A meta, segundo o policial, é seguir recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que quer por fim na cultura de manter preso da Justiça em celas de distritos policiais.
Para o delegado, a meta do CNJ quer tentar resolver um problema com o surgimento de outro porque os presídios já estão super lotados. “Embora exista uma média de três ou quatro detentos que deixam o presídio, por semana, por cumprimento de pena, existe também uma demando quase dobrada de marginais que são presos semanalmente nos mais diversos delitos, todos esperando por uma vaga”, concluíu.