Dr. Valrian Feitosa

Informalho: Jotta Rocha
Jotta Rocha. Jornalista e escritor, com ampla experiência nas redações de jornais, revistas e emissoras de rádios de Teresina e interior do Piauí e Maranhão

Saúde, insegurança aos transportadores de valores

 São freqüentes as consultas médicas, muitas vezes em hospitais, de pacientes que trabalham em carros-forte com o transporte de valores, e quase todos consultam pelo mesmo motivo: desidratação ou outras doenças causadas pelo calor insuportável no ambiente de trabalho.                                                                                       Alguns chegam a desmaiar devido ao calor dentro destes veículos.

Os transportadores trabalham em carro-forte  as vezes durante 8 ou 9 horas sem poder sair de dentro, e sequer podem abrir uma janela.   Se furar um pneu,  são obrigados a permanecer dentro do veículo,  aguardando outro carro-forte para trocar o pneu.
Acontece,  que no verão,  a temperatura lá dentro chega à 48 graus, e não existe renovação de ar.  Um paciente descreveu os veículos como "uma lata no sol fechada com 4 pessoas dentro, respirando o mesmo ar, suando terrivelmente, as vezes com falta de ar, e um calor insuportável.  É um forno onde não podemos sair de dentro".
Este problema se resolve facilmente, apenas colocando um ar condicionado dentro,  que a maioria dessas empresas, altamente lucrativas  se recusam a colocar,  para aumentar a lucratividade. 
Sei lá quanto custa um carro-forte destes,  mas não deve custar menos de 200 mil reais,  uma vez que são blindados.   O que representa 5 ou 6 mil reais a mais na colocação de um ar condicionado?
Todas as empresas são responsáveis pela segurança e bem estar do trabalhador. Com frequência e por justa razão, a fiscalização entra nas empresas medindo com aparelhos sofisticados, a temperatura e grau de umidade nos locais de trabalho.  Alguém já ouviu falar que algum fiscal entrou num carro-forte para medir a temperatura? 
Quero porem deixar claro, que não são todas as empresas que fazem este tipo de economia,  mas pelo visto,  são a maioria. Como Médico do Trabalho,  eu entendo que o ar condicionado nestes carro-fortes, deveria ser considerado como um “EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA" e que deveria estar previstas nas leis da medicina do trabalho.   Se já existe esta lei,  certamente não está sendo cumprida.   
Fica então, a sugestão  ao Ministério Público do Trabalho, de uma legislação e um controle mais rígido na proteção da saúde e bem estar dos trabalhadores de transporte de valores.
Moisés Eli Magrisso - Cremers 8708
Clínico Geral e Médico do Trabalho