Edgar Rocha
Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo)_UFPI e graduado em Letras pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em Comunicação e Linguagens (UFPI), com atuação na área de educação e no jornalismo impresso, on line, e no rádio. (86) 8836 6357 / 9966 9377
Revelações bombásticas de um crime insolúvel que chocou o Piauí
foto: reprodução
No dia em que se completam 25 anos do assassinato do saudoso jornalista Helder Feitosa Cavalcante (28 de julho de 1985), que era proprietário dos extintos Jornal O Estado e rádios Poty AM e FM, o procurador geral de Justiça do Piauí, promotor Alípio Santana, faz revelações bombásticas sobre um dos crimes que chocou o Piauí.
O assassinato de Hélder Feitosa foi mais um daqueles crimes que acontece no Piauí que, embora todos desconfiem dos reais mandantes e executores, ninguém é preso e termina caindo no esquecimento. Assim foi o assassinato de Donizete Adalto, o crime da Doméstica, dentre outros. Agora todos esperam que não aconteça o mesmo com a morte da estudante Fernanda Lages.
O jornalista foi brutalmente assassinado com cerca de 17 tiros de pistola por pelo menos quatro criminosos, segundo o inquérito, na madrugada de uma terça-feira, 28 de julho de 1985, por volta de 1h, quando dormia em sua casa, no bairro Horto Florestal, zona Leste de Teresina, por pistoleiros comprovadamente contratados para executar o crime.
O promotor de Justiça da época, hoje procurador de justiça Alípio Santana, chegou a denunciar os executores e mandante do crime covarde, mas ninguém foi preso e levado a júri popular.
O jornalista Feitosa Costa, que trabalhou no jornal O Estado, hoje repórter da TV Antena 10, fez uma retomado sobre o caso. Convidou pessoas do convívio de Héllder Feitosa, como o jornalista Arimatéia Azevedo que também trabalhou com o empresário assassinado e que muito debateu sobre o crime na época. Também participou o jornalista Pedro Alcântara, que foi um dos amigos da vítima que o teria socorrido, juntamente com o saudoso jornalissta Montegomery minutos depois a enxurrada de balas. Feitosa entrevistou o procurador Alípio Santana que fez revelações até então não divulgadas ao público e outras que só ele tinha a sete chaves.
Os jornalistas Arimatéia Azevedo e Feitosa Costa teceram comentários sobre o perito Badan Palhares que veio ao Piauí a pedido do governo do estado para tentar esclarecer o caso, mas que, segundo eles, apenas levou milhões dos cofres público com um laudo mentirosa e que chegou a colocar três inocentes atrás das grades.
Os três inocentes, segundo os jornalistas, foram postos em liberdade logo que se constatou que tudo não passava de uma fraude para ‘tirar dinheiro do governo’.
O procurador destacou na entrevista que a Polícia Federal, sob o comando do então superintendente Robert Rios Magalhães, entrou no caso e concluiu o inquérito que, segundo ele, foi feito com muita perfeição. As investigações apontaram a esposa do empresário assassinado (conhecida pelos íntimos como Teresinha) como sendo a mandante do crime, os executores teriam sido o agenciador de pistoleiros ‘Compadre Napoleãozinho’, que morava em Timon e muito conhecido acusado de participação em vários assassinatos, e os indivíduos identificados apenas por Alcides, Sousa e Caldas. Os cinco nunca foram presos. “O juiz da época, alegando motivos que não são do meu conhecimento impronunciou os réus”, contou o procurador.
O procurador disse também que ainda tem a fita com a gravação dos criminosos confessando o crime em depoimento na polícia. “Não entendo porque não acataram a denúncia porque o inquérito tinha todas as provas materias de autoria do crime como a gravação da confissão dos réus e o comprovante bancário dos pagamentos com cheques pela mandante”, ressaltou.
"Em segunda instância, a promotoria apelou, mas por conta da perda do prazo de 5 dias por parte do promotor auxiliar, o Tribunal de Justiça não acatou a denúncia e o caso terminou sendo arquivado. Após isso, ninguém mais manifestou interesse em continuar o caso", contou.
Alípio Santana disse ainda que, embora o crime pareça extinto por já ter transcorrido mais de 20 anos, ele ainda tem as fitas e as provas sobre o assassinato de Helder Feitosa para quem tiver autoridade para analisar o crime e tentar reabrir o caso. “Os acusados confirmaram terem recebido R$ 50 mil pela morte do jornalista, sendo entregues R$ 25 mil na hora do trato e os outros R$ 25 após a execução. A polícia obteve na Caixa Econômica os extratos que comprovaram os cheques com os valores usado para o crime pela mandante”, disse o promotor. Allípio Santana não lembra qual seria o motivo do crime.
Uma fonte que pediu para não ser revelada, nos contou, na segunda fase desta investigação que o motivo do crirme teria sido passioanl. Segunda ela, a esposa teria descoberto uma suposta traição do marido com uma pessoa muita próxima dela e não teria suportado tal traição. A pessoa não me disse se este fato consta dos autos do processo e eu também não tive acesso aos autos para confirmar tal fato.
Biografia
Hélder Feitosa tornou-se empresário e posteriormente jornalista piauíense. Passou a ter duas emissoras de rádios (Poty AM e FM e um jornal (Jornal O Estado), todos do Grupo O Estado.
A concessão para operar em AM foi conseguida através de um consórcio formado por Odilon Carvalho de Almendra Freitas, Antonio de Almendra Freitas Neto e Hugo Napoleão do Rego, formado pelo Hélder Feitosa.
Em 1985, Feitosa consegue colocar a Rádio Poty FM no ar, também do Grupo O Estado. As duas emissoras, com instalações na Avenida Centenário, Zona Norte de Teresina, ficava a gráfica do jornal.