Reprodução

Oscar D'Ambrosio
Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.

Questões de poder

O filme coreano 'The Last Princess' (2017) merece ser visto por várias razões. Além de ser uma história de vida ímpar, mostra como as relações de poder entre nações podem ser complexas e como pessoas podem pagar altos preços quando imersas nesse universo. Muito além da questão 'Quem tem razão?', está a pergunta 'O que deve ser feito?'.

Essa resposta, naturalmente, depende muito de quem a responde e da posição de quem está em condições de dar as cartas nesse jogo. A figura histórica em questão aqui é Deokhye, última princesa da Coreia. Sob o domínio colonial japonês, ela é levada para o país do Sol Nascente; e seu sonho de voltar a alimenta e a consome por toda a existência.

Obrigada a conviver com um casamento arranjado no Japão e tendo vivenciado as mortes de pessoas queridas que a cercavam, a princesa tenta, da melhor maneira que consegue, dar esperança ao seu povo, inclusive numa tentativa de fuga para a China, que a marcará a vida inteira. Um repórter a encontrará numa clínica psiquiátrica para reconstruir elos perdidos.

A maior questão que o filme coloca está nas maneiras como o poder pode ser utilizado. Seus bastidores têm a capacidade de destruir a vida das pessoas em nome do coletivo e também de colocar países em mãos de pessoas vazias e sem escrúpulos. Ao discutir essas ambiguidades e posicionamentos, o filme estimula a mente e faz doer o coração.

Oscar D'Ambrosio, Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.