Desqualificar os protestos dos jovens em São Paulo, Rio, Brasil, Belo Horizonte e outras capitais"como se fosse ação de baderneiros"constitui, na avaliação do ex-presiidente Fernando Henrique Cardoso-FHC, "um grave erro".Para ele,"dizer que [essas manifestações] são violentas é parcial e não resolve".
A avaliação do ex-presidente se contrapõe ao que havia feito, até o final da semana passada, o governador tucano de Geraldo Alckmin, em São Paulo; tendo como base, tada de ontem, 17, segunda-feira, o governador recuou, proibiu ações policiais violentas e admitiu dialogar com os manifestantes. Na análise que fez ao Estado, ontem pela manhã, antes das manifestações da tarde, FHC aconselhou:"Justificar a repressão é inútil: não encontra apoio no sentimento de sociedade. Por isso, "é melhor entendê-las", perceber que essas manifestações "decorrem da carestia, da má qualidade dos serviços público, das injustiças, da corrupção".
Fernando Henrique recorre a um dos mais respeitados estudiosos dos problemas contemporâneos, o esponhol Manuel Castelli. "Reações em cadeia, utilizando as atuais tecnologias de comunicação, constituem marca registrada das sociedades contemporâneas, como meu velho amigo e colega Manuel Castelis mostrou há tantos anos". Daí a sua conclusão de que desqualificar os protestos não funcioa - a saida é entender as questões, não reprimir-las.
"Quem tem responsabilidades política deve agir, entendnedo o porquê desses acontecimentos.". Esse entendimento pressupõe buscar a razão da insatisfação geral com os governos. As manifestações "decorrem de um sentimento difuso de descontentamento e do desejo de um tratamento digno para as pessoas",conclui.
com dados O ESTADÃO