Dr. Valrian Feitosa

Edgar Rocha
Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo)_UFPI e graduado em Letras pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em Comunicação e Linguagens (UFPI), com atuação na área de educação e no jornalismo impresso, on line, e no rádio. (86) 8836 6357 / 9966 9377

Há mais de 1 ano, mãe de garota executada com tiro na cabeça ainda busca Justiça

A família da menor Marcela Nayane Alves dos Santos, assassinada no dia 18 de abril de 2010, com um tiro na cabeça pelo próprio namorado, ainda não se conformou com a perda precoce da jovem.
Segundo testemunhas, a garota foi executada com apenas 13 anos de idade porque havia encerrado um relacionamento com o elemento identificado por Gildan da Silva Cruz, na época, faltando uma semana para completar 18 anos.
A tia-mãe, dona Francisco dos Santos Silva, de 51 anos, não se cansa de correr atrás das autoridades para que a justiça seja feita. “Eu sei que a minha filha não volta mais, mas a gente quer que a justiça seja feita, e esse criminoso seja posto na cadeia e pague pelo que ele fez. Pois a qualquer momento está sujeito ele fazer isso com outra pessoa por causa da impunidade”, desabafou. As coleguinhas de escola ainda fazem festinha em memória da garota que fazia parte de um grupo de dança.
A família do acusado, segundo dona Francisca, mudou-se de endereço assim que aconteceu o assassinato para outro bairro mais afastado na cidade de Timon, mas atualmente, segundo ela, está morando definitivamente na cidade vizinha, Teresina, a capital do Piauí, para sair da comarca onde aconteceu o assassinato.
Colegas da jovem assassinada nos contaram, na época, que poucos meses depois do crime o acusado ainda rondou nas imediações da escola onde Marcela estudava culpando as coleguinhas dela pelo que aconteceu. Para ele, as meninas eram culpadas porque sabiam que a vítima tinha outro namorado.
Na véspera do dia das mães, Luciana Alves de Castro, de 48 anos, mãe biológica de Marcela, disse que desde o acontecido não teve mais paz de espírito por causa da perda da filha e pela impunidade do criminoso. “Não consigo dormir direito e nunca mais tive felicidade nem paz de espírito”, disse, acrescentando ainda que vai buscar ajuda de um psicólogo.
“A gente nem vê o delegado que está cuidando do caso. A gente só fala com a escrivã que garante que o caso já está na justiça”, disse dona Francisca dos Santos. Nossa reportagem também por duas vezes não encontrou o delegado titular da delegacia do menor em Timon. Apenas a escrivã nos disse que não estava autorizada a falar do assunto.

Entenda o caso

Segundo testemunhas, o crime foi ocasionado por motivo passional após uma discussão entre os dois adolescentes, supostamente por ciúme por parte do rapaz que não aceitava a separação. As coleguinhas da vítima contaram que Marcela já não tinha mais nada sério com o acusado, a pedido da família, devido a má fama dele de envolvimento com drogas, segundo informou os familiares da vítima.
Horas antes do crime, o acusado ligou para Marcela e chamando-a para que fosse até a casa dele que ficava na mesma rua. “Ela certamente foi ao encontro dele, embora escondida, sem a permissão dos pais”, contou.
Foi o último encontro. Segundo testemunhas, o acusado havia aumentado o volume do som para que ninguém ouvisse a discussão e minutos depois, ouviu-se um disparo. Os vizinhos correram até lá e já encontraram Marcela no chão, agonizando sobre uma poça de sangue.
O irmão da vítima disse que que a bala transfixou a nuca e saiu do outro lado, em um dos ouvidos. A arma usada no crime, segundo ele contou, teria sido supostamente a do pai do rapaz, que é militar, mas a versão não foi confirmada por nossa reportagem.
Segundo os familiares, Marcela foi levada para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e submetida a uma cirurgia, mas devido à gravidade do ferimento, a menor veio a falecer na madrugada de segunda-feira (18), por volta das 3h da manhã.