Dr. Valrian Feitosa

Prof. Naldo
Francinaldo de Sousa Bezerra. Graduado em História pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em História do Brasil e professor da rede estadual de ensino no Piauí e Maranhão. Produtor de eventos, crítico político e cultural.

Greve dos educadores é mantida em todo o estado do Maranhão.


                          Está mantida a greve dos trabalhadores em educação. Esta decisão foi tomada de forma unânime na Assembléia Geral realizada nesta quarta-feira, 23, pela manhã, na sede da Fetiema – Praça da Bíblia. Por mais de duas horas, centenas de educadores discutiram e avaliaram as razões da paralisação em todo o Estado.
                         Muitos dos presentes pronunciaram-se dando apoio às medidas tomadas pela direção nas últimas semanas, principalmente no que tange à decisão de entrar com recurso por meio do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – contra a liminar deferida pelo desembargador Marcelo Tavares na semana passada a favor do governo.
                        Em discurso, o presidente da entidade que representa a categoria, Júlio Pinheiro, explicou os motivos de continuar e também, de receber o apoio dos trabalhadores. Explicou ainda que dos 22 itens reivindicados, apenas um foi atendido pelo governo - que foi a prorrogação da validade do último concurso público para a categoria realizado em 2009.
                       “O Estatuto do Educador é uma ferramenta necessária. Sem ela, fica difícil dar andamento ao processo de educação no Estado. É isso que o governo precisa entender”. Desabafou, o presidente.
                        Pinheiro destacou também que há dois anos a categoria vem tentando entrar em acordo com o governo no sentido de aprovar e aplicar o Estatuto, uma vez que o documento ora em vigência já caducou e deixa de fora inúmeros benefícios aos educadores, como por exemplo: gratificações, ampliação de mestrados e doutorados, inclusão dos funcionários de escolas, dentre outros considerados fundamentais para o segmento da educação.
                       “O sistema governamental tem utilizado de todo aparato midiático para tentar desarticular o movimento, mas        precisamos estar atentos a esta manipulação”, disse enfático, ao tempo que criticou a governadora quanto ao seu pronunciamento em campanha política, de que faria um governo revolucionário no campo educacional.
                       “Não podemos nos curvar a violência, às perseguições e ameaças que o governo tem feito para nos intimidar. A luta vai continuar!”
Argumentos
                         Ao se referir a liminar, Júlio Pinheiro disse serem frágeis os argumentos proferidos pelo desembargador Marcelo Carvalho na ação. Ele explicou o processo que levou a categoria à paralisação e a utilização dos trâmites considerados legais para que a greve tenha legalidade.
                        Ele esclareceu que na última sexta-feira, o SINPROESEMMA enviou ofício declarando disposição para uma nova e definitiva negociação, que de imediato foi refutada pela gestora Olga Simão.
                        O governo, segundo relato do presidente, não aceitou a proposta de renegociar e alegou que já que havia respondido ao Sindicato em fevereiro, quando ofereceu á categoria um reajuste de 10%, apresentando ainda a proposta de aprovação e aplicação do Estatuto apenas em outubro deste ano. O SINPROESEMMA aguarda um pronunciamento da governadora quanto à greve na educação, já que percebe-se um sentimento de indiferença quanto ao movimento em um dos principais setores da sociedade.
                     “O governo está irredutível. Tentamos de todas as formas chegarmos a um acordo, mas infelizmente não conseguimos. A ordem então é continuar o movimento. É só nas ruas que seremos vitoriosos. A luta vai continuar”, bradou o presidente.
                      A Assembléia Geral contou com o apoio dos representantes da Associação e Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), da União Nacional dos Estudantes (UNE).