Edgar Rocha
Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo)_UFPI e graduado em Letras pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em Comunicação e Linguagens (UFPI), com atuação na área de educação e no jornalismo impresso, on line, e no rádio. (86) 8836 6357 / 9966 9377
Família quer Justiça pelo assassinato da menor de 13 anos com tiro na cabeça
Marcela Nayane
foto: reprodução arquivo pessoal
A família da menor Marcela Nayane, de 13 anos, assassinada com um tiro na cabeça pelo namorado está revoltada e clamando por Justiça. O crime bárbaro aconteceu no último dia 17 de abril na Vila Cidade Nova em Timon (MA). A jovem veio a falecer no dia seguinte, na UTI do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) com a perfuração da bala e traumatismo craniano segundo atestou certidão de óbito.
O criminoso identificado por Gildan da Silva Cruz, de 18 anos, que no dia do crime era menor de idade, faltando um pouco mais de uma semana para completar a maioridade, segundo testemunhas, apresentou-se à polícia acompanhado dos pais e advogado e foi liberado em pouco tempo.
Segundo contaram os familiares da vítima, ainda inconformados com a morte brutal da garota, a maior revolta deles é o fato de o acusado, além de estar impune, ainda andar fazendo ameaças às colegas de Marcela Nayane no caminho da escola. Dona Luciana Alves de Castro, mãe da menina assassinada, e uma Tia da garota, contaram que receberam queixas de duas colegas de Nayane de que foram ameaçadas no caminho da escola pelo acusado bem depois dele ter sido liberado pela Delegacia do Menor.
Conversei coma as duas garotas de iniciais J.T., de 14 anos, e L.G. de 12 anos, quando estavam já fardadas de saída para a escola e elas me confirmaram as ameaças. Segundo as garotas, o acusado abordou-as no caminho da escola, acusando as mesmas de apresentarem “homens” (namorados) para a Marcela Nayane e por isso as duas também eram culpadas de tudo. “Desde esse dia a gente só sai da escola acompanhadas de muitos colegas, que servem de guarda-costas”, contaram as meninas que ainda andam assustadas.
Perguntei novamente à mãe de Nayane porque ela ainda não procurou a polícia e fez a denúncia sobre as ameaças às menores. Ela contou que teme represália porque está recente a morte de sua filha e isso poderia lhe trazer maiores problemas, uma vez que o pai do acusado é policial.
Ainda assim ela teme outra desgraça porque o acusado e a família, que moravam na mesma rua da vítima, mudaram-se para outro bairro mais ao Sul de Timon e por isso ele pode se sentir mais encorajado a praticar um crime pela sensação de impunidade.
Procuramos a delegacia do menor, localizada no Parque Alvorada, zona Sul de Timon, mas o delegado não se encontrava para contar a versão do fato. A escrivã, que pediu para não ter o nome divulgado disse que naquele dia ele havia saído para uma consulta médica e não mais retornaia e ela não estava autorizada a falar do assunto.
Família organizou ato de protesto clamando por Justiça / foto: Edgar Rocha - Portalrg.com
Agora a família e amigos da vítima não se conformam com a impunidade do criminoso e querem Justiça contra o assassino da menor. Eles estão organizando uma um ato público neste sábado durante a tarde , com camisetas e faixas, saindo da Praça dos Traillers do Parque Alvorada, na BR 316 próxima à ponte que liga Timon à Teresina, até a Vila Cidade Nova. O ato está previsto para o sábado, dia 21 de maio, na parte da tarde.
Laudo confira execução
Na opinião da família, a morte de Nayane foi uma execução e não um acidente conforme o acusado e a defesa dele alegaram na Delegacia do Menor. “O crime foi premeditado, pois logo cedo, no comecinho da manhã, quando eu não estava em casa, ele (acusado) ligou para o celular da Marcela para ela ir até a casa dele. O que se sabe é que ela foi escondida e, ao chegar lá, ele aumentou o volume do som para ninguém ouvir nada e lá tiveram uma uma discussão. Após pouco tempo, os vizinhos ouviram um tiro e quando chegaram lá, ele havia fugido e a garota estava no chão sobre uma poça de sangue, com a cabeça toda ensanguentada e perfurada com um tiro” que transfixou de um ouvido ao outro", contou a mãe, inconformada.
Segundo um irmão da vítima identificado por Antônio Alves, o médico legista atestou que a garota foi agredida antes de ser assassinada, supostamente por coronhadas de revólver porque, além da perfuração da bala havia muitas hematomas por toda a cabeça.
Para confirmar a versão dos familiares aflitos, pedi cópia do atestado de óbito que afirma o motivo da morte de Marcela Nayane como sendo traumatismo craniano (traumatismo crânio encefálico) elesão por perfuração à bala ( lesão Pérfuro - Contusa: Ação de projétil de Arma de Fogo).