Dr. Valrian Feitosa

Prof. Naldo
Francinaldo de Sousa Bezerra. Graduado em História pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em História do Brasil e professor da rede estadual de ensino no Piauí e Maranhão. Produtor de eventos, crítico político e cultural.

Estudantes contam como se livram das dúvidas para escolherer a carreira.

                     Vitória Zem vai prestar vestibular para engenharia sanitária (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)De relações internacionais para engenharia sanitária. Depois que a estudante Vitória Zem, de 19 anos, visitou o Consulado Britânico no Brasil, há um ano e meio, decidiu que queria seguir carreira em relações internacionais. No ano passado, prestou vestibular nas principais universidades públicas de São Paulo, mas não passou.

                     Neste ano, os planos da estudante mudaram. Ela continua querendo uma vaga na universidade, mas mudou a escolha da carreira para engenharia sanitária. A troca ocorreu após ela participar de um grupo de orientação vocacional chamado Vestibulógico do Cursinho da Poli, em São Paulo, local onde estuda.

saiba mais

                    Confira o Guia de Carreiras do G1
Veja dicas de como se preparar para o vestibularSaiba quais são os dez erros mais comuns na redação do vestibular“Entrei no grupo com a certeza de que faria relações internacionais. Mas aí fui apresentada a algo que gostava e nem sabia. Acabei gostando de engenharia sanitária mais do que eu esperava”, diz Vitória. Para ela, a sensação de acertar a escolha é de alívio. “Chega um ponto que parece que você não se encaixa em nada. É terrível ter de escolher.”

                   Para as estudantes Flávia Carolina Ferreira Soares e Tamires Barros, ambas com 18 anos, a dúvida ficava entre cursos da mesma área. Flávia não sabia se optava entre biologia e engenharia florestal, e Tamires tinha dúvidas entre farmácia, biomedicina e biotecnologia.


                       Flávia Carolina quer uma vaga no curso de biologia
(Foto: Vanessa Fajardo/ G1)No primeiro ano do ensino médio, Flávia Carolina pensou em ser médica legista, mas como sempre gostou de animais, logo mudou de escolha. A orientação vocacional, segundo ela, ajudou a ter certeza que ela prefere o curso de biologia. Além disso, seus animais de estimação também foram importantes para convencê-la. “Tenho quatro tartarugas que me fazem querer mais ser bióloga.”

                     Tamires optou por farmácia, mas já chegou a pensar em fazer matemática aplicada. “Foi durante um tempo do ensino médio, mas quando comecei as aulas de laboratório, me apaixonei. ”Durante os encontros da orientação vocacional, decidiu-se por farmácia por achar que o ramo de atuação é mais abrangente. “A orientação me ajudou a entender a rotina do profissional e pensar além da remuneração.”

                   A estudante afirma que se não fosse a oportunidade de fazer a orientação, talvez ainda tivesse dúvidas. “Seria uma situação muito ruim. Ainda mais enquanto estamos estudando, é uma coisa a menos para nos preocuparmos.” Tamires diz que fez testes vocacionais na internet, mas que acabaram confundindo ainda mais.


                   Tamires decidiu fazer vestibular para farmácia
          (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)Vestibulógico
                         A coordenadora do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, afirma que entre 60% e 70% dos alunos que chegam anualmente às três unidades da instituição não têm certeza da graduação que querem cursar. Todos os anos uma média de 7.000 estudantes se matriculam nas unidades do Cursinho da Poli.

                        “Falta orientação desde o ensino fundamental, as escolas deveriam trabalhar as habilidades dos alunos, pois cada vez mais cedo eles têm de decidir a carreira.”

                        O Vestibulógico prevê 11 encontros, um a cada semana, com duração de uma hora e média. Durante os encontros, acompanhados por psicóloga e pedagoga, os alunos tiram dúvidas sobre como estudar, como escolher carreira, entre outros, além de participar de testes e dinâmicas.

                        “Nem todo aluno no fim do encontro tem as respostas. É natural, cada um tem seu tempo. Tem casos onde a família impõe o que aluno tem de estudar. Isto é muito recorrente e complicado", diz Alessandra.

Confira dicas sobre a escolha da carreira de quem tem certeza do que vai cursar:


1) Converse com sua família e deixe claro que este é um momento seu. Imponha-se, pois ninguém pode te dizer do que você gosta;
2) Não escolha a carreira pelo status. Tome cuidado com os modismos;
3) Verifique as grades curriculares dos cursos para ver se tem identificação com as matérias;
4) Use as redes sociais para pesquisar;
5) Procure profissionais que estão na área para conversar e conhecer seus locais de trabalho;
6) Leve em conta suas habilidades;
7) Verifique se você estará disposto a cumprir as exigências do curso, como estágios por exemplo;
8) Avalie o mercado de trabalho;
9) Procure quais instituições oferecem o curso que pretende fazer. Às vezes, a distância exige eliminações e mudanças;
10) Livre-se da obrigação de ter de concluir o curso, caso você não goste. Não se trata de uma escolha definitiva, não tenha medo de mudar.
 

FONT: G1