Prof. Naldo
Francinaldo de Sousa Bezerra. Graduado em História pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em História do Brasil e professor da rede estadual de ensino no Piauí e Maranhão. Produtor de eventos, crítico político e cultural.
A Novela do ENEM Governo Federal recorre contra decisão da Justiça
Foi protocolado no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), no Recife, na tarde desta quinta-feira (3), um pedido de suspensão da liminar concedida pela Justiça Federal do Ceará para anular 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O pedido foi trazido por três procuradores da Advocacia Geral da União (AGU) que não foram autorizados a falar com a imprensa. De acordo com o diretor geral do TRF-5, Marcos Neto, uma cópia do pedido foi submetida ao presidente do TRF-5, Paulo Roberto de Oliveira Lima, que está em Brasília, participando de uma reunião do STJ e volta ao Recife na segunda-feira (7).
Segundo Marcos Neto, o presidente do Tribunal garantiu que esta análise vai ser feita em caráter de urgência. Ele disse que ainda não há prazo para a decisão ser anunciada, mas ela pode ser tomada à distância – a previsão é na próxima semana.
A intenção do MEC é que a decisão da Justiça seja restrita a alunos de Colégio Christus, em Fortaleza, Ceará, que teve acesso às 13 questões antes da prova. O ministro da Educação, Fernando Haddad, pretendia ter uma audiência com o desembargador Paulo Roberto, mas ele está viajando. Para o Ministério, o vazamento foi pontual e a melhor solução seria cancelar o Enem apenas para os 639 alunos de Fortaleza ou anular, para o mesmo grupo, apenas as 13 questões. A prova tem um total de 180 questões.
O advogado-geral da União, Luís Inácio de Lucena Adams, afirmou que o governo não hesitou em recorrer da decisão da Justiça Federal no Ceará, apenas estava avaliando a melhor forma. O objetivo da AGU é manter a anulação apenas para os alunos do estado que tiveram acesso às questões antes da data da prova.
Segundo ele, a AGU pretende “corrigir as distorções” causadas pelo vazamento, o que é possível devido ao modelo de avaliação do Enem, feito com base na qualidade das questões e não na quantidade respondida pelo aluno.
“A AGU não pode preservar a vantagem que esse grupo recebeu. É óbvio que não é culpa dos alunos, mas esse processo gerou um desvirtuamento que deve ser eliminado. Essa solução premia o princípio da igualdade de condições de acesso à informação”, disse o ministro.
Para Adams, anular as questões para todo o Brasil prejudicaria os alunos que não tiveram contato com qualquer parte da prova antes do momento em que foi aplicada.
“A outra solução também é tecnicamente viável, mas é mais injusta para quem acertou as questões, e evidentemente vai sentir prejudicado. Retira daqueles alunos que não tiveram esse acesso antecipado a possibilidade de serem avaliados naquelas questões que podem de fato garantir o resultado para eles”, afirmou Adams.
Fonte G1